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Na reunião da Comissão Nacional do PS, em Coimbra, Pedro Nuno Santos disse que “é muito importante evitar eleições, mas ainda é mais importante evitar que sejam adotadas medidas lesivas para os portugueses, os serviços públicos e a coesão social. Isso seria a negação do PS”. O líder socialista garantiu que não mudou de estratégia e que não tem “nenhum cálculo eleitoral” na avaliação do Orçamento. Ao mesmo tempo “está disponível para dar oportunidade a quem quer continuar a governar Portugal”, mas “não a qualquer preço”.
Pedro Nuno Santos disse que o PS “não quer ser responsável por 50% do Orçamento”, mas quer “garantir que algumas medidas erradas não sejam adotadas e introduzir algumas — poucas — que o possam melhorar”. “Nunca será o Orçamento do PS, nunca estaremos comprometidos com um orçamento com que discordamos na globalidade. Não nos colocamos de fora, mas não a qualquer preço”, resumiu sobre a sua estratégia que garante que não mudou.
“A distância entre nós e as solução que o PSD apresenta são muito grandes”, disse o líder do PS este sábado garantindo que “não há mudança de estratégia”: “É praticamente impossível viabilizar um orçamento que espelhe exclusivamente ou quase na totalidade o programa eleitoral com o qual discordamos”.
Uma coisa o socialista dá por certa: “Nestes cinco meses tem feito propaganda e enganado em várias áreas os portugueses com uma única coisa em mente que é ter eleições antecipadas e preparar-se para elas, só que não vale tudo na política”
PS acusa Governo de aumentar preço de combustíveis “pela calada”, para compensar baixa do IRS
Pedro Nuno Santos também aproveitou esta intervenção para acusar o Governo de ter feito “três agravamentos fiscais no preço do combustível” e “pela calada a ver se ninguém dava por ela”. “O Governo não tem feito uma gestão séria dos preços dos combustíveis”, disse acusando mesmo Luís Montenegro de estar “a pagar a redução do IRS com o aumento do preço dos combustíveis”.
Taxa de carbono subiu três vezes e 7 cêntimos por litro, mas “sem dor” para quem abastece
“No dia 23 de agosto, 8 de setembro e 13 de setembro assistimos a três agravamentos fiscais no preço do combustível feitos à sexta ou ao domingo, sem comunicação prévia, sem explicação ao país pela calada, para ver se ninguém dava por ela”, disse na reunião da Comissão Nacional do PS, aproveitando também para apontar o dedo ao Chega e à IL por não dizerem agora o mesmo que diziam no tempo da governação socialista sempre que havia desagravamento fiscal: “Que dava com uma mão para tirar com duas”.
Para o líder socialista “não é expectável que um governo que apresente powerpoints para tudo não apresente também um sobre a sua estratégia para o fim da taxa suspensão da taxa carbónica”. E acredita que “a maioria dos portugueses não se apercebeu” do aumento dos combustíveis porque foram feitos ” quando o preço da gasolina e do gasóleo estava a baixar”. “Nota-se menos”, considerou Pedro Nuno, “mas se há agravamento quando baixa não vai haver quando aumentar”, avisou ao mesmo tempo.
“Nesta altura, e sem saber o que vai acontecer no futuro, o que sabemos é que estas medidas fazem com que a gasolina esteja sete cêntimos mais cara e o gasóleo mais de sete cêntimos”, sublinhou o líder do PS perante a sala do Convento de São Francisco, em Coimbra.
As críticas sobre a gestão do Executivo continuaram também pela área da Saúde, onde o líder do PS diz que o Governo está a “limpar listas de espera na oncologia”, mas marcando cirurgias para “daqui a vários meses”. “Os pacientes deixaram de estar na lista mas continuam à espera“, acusou.
E também na habitação, voltou a repetir o que já tinha dito sexta-feira, no Porto, sobre o anuncio do ministro das Infraestruturas sobre a duplicação da oferta de habitação pública na resposta às “sitiuações de indignidade”.. E diz que Pinto Luz “traz a notícia para fazer esquecer a sua gestão ruinosa na venda da TAP, mas não vale tudo”.
Pedro Nuno avisa que se Governo quer negociar com PS “tem obrigação de ceder”