As execuções aumentaram 75% no Irão nos dois anos após a morte da jovem Mahsa Amini, que desencadeou protestos sob o lema “Mulher, Vida, Liberdade”, denunciou esta segunda-feira a Organização Não Governamental (ONG) Iran Human Rights.
Pelo menos 1.425 pessoas foram executadas no Irão desde 16 de setembro de 2022, quase o dobro dos dois anos anteriores aos protestos, quando se registaram 815 execuções, de acordo com a ONG que tem desse em Oslo, num comunicado esta segunda-feira divulgado e citado pela agência EFE.
A aplicação da pena de morte por crimes relacionados com drogas aumentou 162% no mesmo período, de 302 para 796 após o início dos protestos contra o regime iraniano.
As execuções relacionadas com acusações políticas como rebelião, corrupção na terra ou inimizade para com Deus também aumentaram em 84%, de 31 para 57.
Tendo em conta estes dados, a ONG Iran Human Rights apelou à comunidade internacional que investigue o uso da pena de morte no Irão como parte da repressão aos protestos do movimento “Mulher, Vida, Liberdade”.
“A pena de morte é a ferramenta mais importante da República Islâmica para criar medo na sociedade, com o objetivo de reprimir os protestos e prevenir novos”, afirmou o diretor da ONG, Mahmood Amiry-Moghaddam.
Cumprem-se esta segunda-feira dois anos da morte de Mahsa Amini. Detida pela polícia de costumes iraniana em 13 de setembro de 2022, por alegadamente não estar a usar devidamente o véu islâmico, a jovem iraniana acabou por morrer, três dias depois, ainda sob custódia policial.
À morte de Amini seguiram-se protestos que duraram meses e foram brutalmente reprimidos pelas autoridades iranianas.
De acordo com a Iran Human Rights, pelo menos 551 manifestantes, entre os quais 68 menores e 49 mulheres, morreram às mãos da polícia durante os protestos.