A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) atribuiu esta segunda-feira 300 mil euros a 62 projetos culturais e artísticos de entidades não profissionais, com o programa pioneiro LVT +Cultura a registar 167 candidaturas.

“Este tipo de incentivos foram dados pela primeira vez [pela CCDR-LVT] e aquilo que me surpreendeu foi o número de candidaturas que tivemos, a diversidade dos movimentos culturais e de apoios que são suscitados”, disse esta segunda-feira à agência Lusa a presidente da CCDR LVT, Teresa Almeida, à margem da assinatura dos protocolos de financiamento, em cerimónia que decorreu no Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, em Abrantes, no distrito de Santarém.

Das 167 candidaturas submetidas a concurso, foram selecionados 62 projetos de 23 municípios da região de Lisboa e Vale do Tejo, com cinco mil euros para cada, e que se enquadram nos domínios da criação e produção (28) e da programação e difusão (16), registando-se ainda 11 propostas na área da formação e capacitação e sete na tipologia de edição.

Na vertente da programação, a CCDR-LVT destacou o facto de a maioria dos projetos contemplados (9 em 16) estar “integrado no campo dos cruzamentos disciplinares“, o que, para aquela entidade, “é revelador da vitalidade e criatividade na conceção de propostas inovadoras e diferenciadoras que coloquem em diálogo diferentes disciplinas artísticas”.

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Teresa Almeida relevou “o importante que é, apesar de não ser um grande apoio, são cinco mil euros, a cada entidade que se candidata, mas que fazem a diferença num processo de afirmação e que, muitas vezes, é mesmo o que falta para poderem concretizar determinados objetivos, sejam publicações, sejam iniciativas”.

Os resultados da primeira edição do LVT + Cultura, que deriva das novas competências na área da cultura assumidas pelo instituto público em janeiro deste ano, destacam “a relevância e o contributo deste programa para a contínua aproximação e conhecimento mais aprofundado da região (…) e as diversas comunidades que o compõem”, notou a responsável.

Para Teresa Almeida, este programa, direcionado para agentes locais e regionais, representa “um verdadeiro fôlego para dar uma maior escala e visibilidade aos projetos e para que estes possam ser transformadores para os territórios onde serão implementados”, sobretudo nos territórios de baixa densidade.

Ladeada pelo autarca de Abrantes, município que apoiou este ano com 900 mil euros as atividades das associações e coletividades concelhias através do programa FinAbrantes, Teresa Almeida assegurou o “compromisso” de que o programa de apoio será “regular” e “de continuidade”, tendo realçado o papel das autarquias na dinamização da atividade cultural nestes territórios.

“O facto de termos vindo a Abrantes é o recado que queremos dar: queremos mais candidaturas destes territórios menos centrais. [O programa] é para manter no futuro e o que eu gostaria, e vamos ver se conseguimos, é podermos aumentar a dotação para apoiar ainda mais agentes culturais”, declarou.

Em termos de áreas temáticas, as candidaturas apoiadas este ano inserem-se no campo das artes performativas (24), nos cruzamentos disciplinares (18) e nas artes visuais e livro/literatura (estas duas com cinco projetos cada), sendo ainda de sublinhar o apoio concedido a 10 projetos na área do património cultural imaterial, categoria que a CCDR-LVT decidiu introduzir neste novo programa de incentivos.

Quanto à proveniência geográfica das entidades apoiadas, segundo a CCDR-LVT, cerca de metade dos projetos (32) são oriundos de agentes culturais sediados na Grande Lisboa, seguindo-se as regiões do Oeste (10), Península de Setúbal (09), Médio Tejo (08) e Lezíria do Tejo (03).

As entidades apoiadas “inserem-se em diferentes perfis e missões”, acrescentou, destacando-se as bandas filarmónicas, os agrupamentos folclóricos, as organizações culturais de cariz mais generalista e pluridisciplinar, os grupos de teatro, as escolas de música e as associações de defesa e valorização patrimoniais.