A Proteção Civil alertou esta terça-feira para o risco de deslizamentos de terras por causa da chuva que se prevê para os próximos dias, especialmente nas zonas que foram mais afetadas pelos incêndios das últimas semanas, e também para o perigo de inundações nas zonas urbanas.

“Uma vez que estamos num período após incêndios rurais bastante extensos no centro do país, toda a degradação do espaço florestal nessas zonas faz com que possam ocorrer deslizamentos de terra devido à falta da vegetação que faz a sustentação desses terrenos”, disse esta tarde aos jornalistas o adjunto de operações nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Alexandre Penha.

A partir das 18h desta terça-feira, a Proteção Civil deverá começar a enviar SMS de prevenção para quem se encontra nas zonas Norte e Centro do país.

De acordo com o responsável, estes territórios, situados essencialmente nas regiões Centro e Norte de Portugal continental, “estão muito mais expostas à questão das escorrências da chuva”. “Há toda essa possibilidade, desde a obstrução das linhas de água aos deslizamentos de terra com a chuva mais intensa”, explicou Alexandre Penha.

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Mais de 121 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo

Segundo aquele responsável da Proteção Civil, o “período considerado mais crítico” será na quarta-feira e na quinta-feira. A região onde se espera a chuva mais intensa é a parte do país situada acima do rio Mondego e da Serra da Estrela, embora também haja possibilidade de chuva menos intensa nas zonas mais a sul.

“As ações de estabilização dos terrenos já iniciaram logo após a ocorrência dos incêndios. O ICNF já iniciou naquelas que foram identificadas como áreas mais críticas ações de estabilização de emergência”, explicou. “Por outro lado, estamos a fazer neste momento uma adequação do dispositivo de forma a que as regiões que possam ser mais afetadas tenham um reforço da capacidade de resposta a estas situações.”

O adjunto de operações nacional explicou que as zonas afetadas pelos incêndios são aquelas que motivam maior preocupação, “devido à fragilidade da floresta e a possibilidade de quedas de ramos de árvores”. Contudo, Alexandre Penha destacou que está também a ser feito um esforço de prevenção nas “zonas onde há um histórico maior de inundações rápidas, incluindo inundações urbanas”.

Nos graves incêndios da semana passada, que afetaram especialmente as zonas de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu Dão Lafões e Área Metropolitana do Porto, arderam mais de 121 mil hectares de floresta.