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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu esta terça-feira que o seu país vai continuar a atacar o Hezbollah no Líbano, enquanto continuam as trocas de ofensivas entre as forças israelitas e grupo xiita libanês pró-iraniano.

“Vamos continuar a atacar o Hezbollah. E digo ao povo libanês: a nossa guerra não é contra vocês, a nossa guerra é contra o Hezbollah”, frisou Netanyahu, num vídeo divulgado pelo seu gabinete.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, fez observações semelhantes num discurso aos soldados: “Devemos continuar até atingirmos o nosso objetivo: garantir o regresso seguro dos residentes do norte de Israel às suas casas”. Gallant comparou ainda o Hezbollah no Líbano e o movimento islamista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

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“O Hezbollah não é o Hamas, existem semelhanças, mas também diferenças. O terreno é diferente, o inimigo é diferente, as ameaças e os desafios são diferentes”, detalhou.

O ministro da Defesa acrescentou que o movimento libanês, apoiado pelo Irão, sofreu duros golpes durante a semana passada: “o Hezbollah de hoje não é o mesmo que conhecíamos há uma semana”.

Nos últimos dias, o Exército israelita levou a cabo ataques em vários pontos do sul e leste do Líbano, e também na capital, Beirute, nos quais foram mortas cerca de 600 pessoas e mais de mil ficaram feridas. As autoridades israelitas garantiram ter eliminado vários comandantes do Hezbollah.

Ataque israelita em Beirute matou Ibrahim Qubaisi, responsável da divisão de mísseis do Hezbollah

Esta nova fase do conflito, de aumento dramático de tensões entre Israel e o Hezbollah, foi desencadeada por dois dias de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo, primeiro pagers, depois walkie-talkies — a 17 e 18 de setembro –, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.

Há mais de 11 meses que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006, que se intensificaram fortemente este verão, após um ataque da milícia pró-iraniana que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.

As tensões na região do Médio Oriente aumentaram após o ataque de 7 de outubro de 2023 do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez 1.205 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e em retaliação ao qual o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez pelo menos 41.467 mortos e 95.900 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, segundo números do Ministério da Saúde local, que a ONU considera fidedignos.

A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte, fazendo a comunidade internacional temer o alastramento do conflito a todo o Médio Oriente.