“Não vá o diabo tecê-las! A Tapeçaria em diálogo a partir da coleção Millennium bcp” tem curadoria de Rita Maia Gomes e pretende apresentar uma “abordagem expositiva inédita que pretende assinalar figuras de referência, instituições e acontecimentos que constituem marcos importantes da história da tapeçaria portuguesa a partir de 1946”, indicou a organização, em comunicado.

Resultado de uma colaboração entre a Lisboa Cultura e a Fundação Millennium bcp, esta mostra é apresentada como “uma exposição sem precedentes sobre tapeçaria”, que proporciona “uma viagem sedutora e surpreendente pelo universo da tapeçaria portuguesa”.

No piso 0, encontra-se um conjunto de tapeçarias produzidas pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, que contempla tapeçarias produzidas a partir de originais de artistas como Artur do Cruzeiro Seixas, Graça Morais, Lourdes Castro, Manuel Cargaleiro, Maria Helena Vieira da Silva, José de Almada Negreiros, Júlio Resende ou Júlio Pomar, entre outros.

A exposição dará ainda a conhecer ao visitante uma “peça única de 1961”: uma obra de Guilherme Camarinha, que foi recentemente limpa e restaurada.

No piso 1, é apresentado todo um outro caminho trilhado pela história da tapeçaria – paralelamente ao trabalho desenvolvido pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre ao longo de 78 anos -, recorrendo a obras provenientes de instituições, coleções particulares e espólios de artistas.

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“A narrativa expositiva ilustra e documenta as pesquisas e as experiências de artistas que se interessaram por explorar as potencialidades plásticas da tapeçaria — que deixa de ser exclusivamente a transposição de uma pintura, caminhando para uma tapeçaria de autor em que o artista é simultaneamente aquele que concebe e que executa”, explicam os organizadores.

Mostra-se aqui a evolução da tapeçaria em termos de técnicas, de materiais e de possibilidades de presença espacial, não estando condicionada à parede e ao registo bidimensional.

O historial destas tapeçarias é contado desde a década de 1940 até à atualidade, ancorado em obras de Altina Martins, Alves Dias, Amândio Silva, Charters de Almeida, Eduardo Nery, Flávia Monsaraz, Gisella Santi, Helena Lapas, Isabel Laginhas, João Abel Manta, Júlio Pomar, Margarida Reis, Maria Isabel Barreno, Mário Dionísio, Paula Rego e Teresa Segurado Pavão.

A exposição é de entrada livre e vai estar patente até 12 de janeiro do próximo ano, podendo ser visitada de terça-feira a domingo.