A temporada não começou da melhor forma, com a derrota na Supertaça frente ao Sporting a quebrar uma série de triunfos consecutivos nas competições nacionais, mas o Benfica foi conseguindo recuperar aquela que pode ser a sua melhor versão com o passar dos jogos numa nova era sem Kika Nazareth e Jéssica Silva. Na Suécia, frente ao Hammarby, as encarnadas enfrentavam o primeiro teste real a esse crescimento com quatro triunfos consecutivos e a resposta não poderia ter sido melhor com uma reviravolta que deixava a equipa em vantagem para novo apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões.

A águia não perdeu o Norton e deu o primeiro passo rumo ao objetivo: Benfica vence Hammarby com reviravolta na Champions feminina

“As expectativas são altas, se não pensarmos assim não estamos no sítio certo. Sabemos da dificuldade do jogo, sabemos que vamos jogar contra uma excelente equipa e tivemos a prova disso na primeira mão com um estádio cheio. São uma equipa com muita qualidade, com muitas jogadoras que, apesar de o clube em si não estar regularmente na fase de grupos, são uma equipa muito experientes com capacidade e de países onde o futebol é dominante. Também temos as nossas armas e sabemos do que somos capazes de fazer. Viemos de um excelente resultado fora de casa e agora é não só controlar o jogo mas sim vencê-lo e demonstrar a nossa qualidade e do nosso futebol. Estamos à espera de este encontro com muita motivação e muita confiança”, salientara Filipa Patão, treinadora do Benfica, na antecâmara do encontro no Seixal.

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“Na primeira mão faltou-nos algum ritmo competitivo neste tipo de jogos, o que é normal porque estamos numa fase da época diferente da equipa do Hammarby. Elas acabam por estar a meio da sua época, quando nós estamos no início. Nós não temos tantos jogos quanto isso, pelo menos jogos com este nível de exigência, e é normal que na fase final a equipa se ressinta, ainda para mais com uma viagem e o jogo que tínhamos anteriormente. Para não acontecer, temos de dominar e ter mais bola nos diferentes momentos do jogo, o que acabou por não acontecer. A nossa estratégia passa um pouco por isso e o foco é esse: controlar mais a bola e controlar mais o jogo para não termos de correr atrás dela tanto tempo”, acrescentara.

As palavras nunca passaram propriamente aos atos e voltou a versão descaracterizada de um Benfica com poucas ideias, lento e incapaz de servir Martín-Prieto. Podia ter chegado, foi demasiado curto. E o segundo golo do Hammarby que decidiu a eliminatória acabou por impedir o Benfica de entrar pela quarta vez seguida na fase de grupos da Liga dos Campeões depois de ter alcançado pela primeira ocasião na história a fase a eliminar da prova (quartos frente ao Lyon). Já as suecas chegam finalmente à Champions.

A precisar do resultado, a formação sueca começou melhor e, já depois de um golo anulado a Tandberg por fora de jogo após cruzamento de Andersson (9′), conseguiu mesmo deixar tudo empatado na eliminatória pouco depois com um remate cruzado na área de Julie Blakstad depois de uma jogada fantástica de Hasund (16′). Andreia Norton ainda ensaiou um tiro de meia distância mas o intervalo chegaria com tudo igual e sem que o Benfica conseguisse assumir o jogo como aconteceu em muitas fases da primeira mão, deixando tudo em aberto para o segundo tempo com mais dificuldades do que seriam esperadas para as encarnadas.

Aí, acabou por imperar mais o receio de não sofrer do que propriamente a vontade de marcar. Ainda houve um lance que por pouco não valeu o empate ao conjunto lisboeta, com a guarda-redes Tamminen a socar para a própria baliza um livre de Marit Lund que só não acabou num caricato autogolo porque houve um corte em cima da linha para canto (61′), mas nem mesmo as alterações feitas pelos dois conjuntos foram capazes de quebrar as características instaladas que pareciam levar todas as decisões para prolongamento. No entanto, tudo mudou nos descontos: já depois de ter jogado alguns momentos com dez por lesão de Nyström, Tandberg fez o 2-0 no quinto minuto de tempo extra e decidiu a eliminatória.