Numa altura em que se movem peças, também à direita, favoráveis a uma candidatura presidencial de Mário Centeno no Parlamento, o ministro dos Assuntos Parlamentares disparou esta tarde, numa declaração política, uma rajada contra o ex-ministro. Quando falava nos últimos oito anos de “estagnação”, apontou diretamente aos custos que diz terem sido consequência das ambições políticas de Centeno.
Foram “oito anos em que se sacrificou o verdadeiro interesse dos portugueses em benefício de cativações e brilharetes estatísticos que foram certamente muito relevantes para a carreira política do então ministro das Finanças, mas saíram caros aos portugueses”, descreveu Pedro Duarte no plenário da Assembleia da República.
O ministro considerou mesmo que “o preço” de o país ter “a presidência do Eurogrupo, promovida pela frente de esquerda unida, foi muito alto, saiu muito caro aos portugueses”. Para o social-democrata, a gestão de Centeno nas Finanças “significou o travão a fundo no investimento público e na aceleração máxima dos serviços públicos”. Isso, sublinhou ainda, “prejudicou muito os portugueses.
Na parte do debate desta tarde que foi dedicada às declarações políticas, o ministro aproveitou para um “diagnóstico” do Estado, mas a partir da avaliação dos “oito anos de serviços mínimos com impostos máximos”, de “estagnação” e “desinvestimento” que diz ter sido provocado pela governação socialista. Pedro Duarte diz até que “em muitos desses anos o país foi governado por uma frente de esquerda unida“.
Quanto ao papel do Governo que se seguiu a esse, e que integra, o ministro avisa que “não se resolve em oito dias nem em oito meses o que se estragou em oito anos”, avisando que o “Orçamento é uma ferramenta e um motor de melhoria para a vida das pessoas”. Assim, e a dois dias de uma reunião entre líderes do Governo e do PS sobre esse tema, Pedro Duarte deixou o “apelo”: “Deixem-nos governar e continuar a melhorar a vida dos portugueses”.