A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu esta quinta-feira que “todos os esforços” devem ser feitos para erradicar a pobreza, acrescentado que o Governo espera ter no final do ano números atualizados sobre esta realidade.
“Não devemos ter pobreza e, portanto, devemos fazer todos os esforços possíveis para erradicar a pobreza“, declarou Rosário Palma Ramalho aos jornalistas, após a inauguração da creche e do serviço de apoio domiciliário da Casa do Povo da Vila de Prado, concelho de Vila Verde, distrito de Braga, que contou com a presença da autarca de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes (PSD).
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala esta quinta-feira, a ministra deu conta de que este Governo “já tomou várias medidas nesse sentido”, de diferentes tipos.
“Como o aumento do CSI [Complemento Solidário para Idosos], a atualização das pensões no ano imediatamente subsequente à sua atribuição, o aumento extraordinário das pensões, como o aumento das comparticipações nas várias respostas sociais ligadas à pobreza, e comparticipando de forma mais adequado às instituições do setor solidário, estamos a permitir que elas desempenhem o seu papel junto da pobreza”, detalhou a governante.
Segundo a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, “há um conjunto de medidas muito diversas” que o Governo já implementou, outras que está a implementar e que vai “continuar a implementar” para combater a pobreza.
De acordo com uma análise da Pordata esta quinta-feira divulgada, os pobres em Portugal estão mais pobres, destacando uma subida da taxa de risco de pobreza pela primeira vez em sete anos, ao passar de 16,4% em 2021 para 17% em 2022.
Questionada sobre estes números e se demonstram que o cenário da pobreza está a piorar em Portugal, a ministra assumiu que “os números dizem que [a pobreza] está a aumentar“, mas lembra que são dados de 2022.
“A mim não me interessa muito se aumenta uma décima ou se diminui uma décima. Em todo o caso, não quero deixar de dizer que os números que estão a ser apresentados são de 2022. Nós, na verdade, esperamos, no final deste ano, ter números mais atualizados. Mas como disse, quer aumente uma décima, quer desça uma décima, é um problema muito grave que estamos a tentar enfrentar, do qual estamos conscientes, que está no programa do Governo e que estamos a tentar sempre fazer diminuir”, assumiu Rosário Palma Ramalho.
Segundo a Pordata, foi no grupo de crianças e jovens que a taxa de risco de pobreza mais se agravou, bem como nas famílias com crianças dependentes, refere a Pordata, em comunicado, sublinhando “o maior aumento da taxa de intensidade de pobreza da última década”.
“Olhando para a intensidade de pobreza, verifica-se o maior aumento desde 2012, de 3,9 pontos percentuais, situando-se nos 25,6% em 2022 (21,7% em 2021)”, observaram os técnicos da base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos.