O primeiro-ministro português destacou esta quarta-feira a “excelência das relações” bilaterais e multilaterais com Espanha, com posições convergentes na União Europeia, quanto ao Mercosul e quanto a conflitos como Ucrânia ou Médio Oriente.

Na conferência final da 35.ª Cimeira Luso-espanhola, que decorreu esta quarta-feira em Faro, Luís Montenegro salientou que esta reunião aconteceu 50 anos depois das transições democráticas nos dois países “e quase 40 anos depois do início destes encontros regulares entre os dois Governos”.

Esta cimeira representa bem a força da nossa relação bilateral, a excelência das relações entre Portugal e Espanha, quer nessa componente direta bilateral, quer no domínio multilateral, no contexto europeu, no contexto de várias organizações internacionais”, destacou Montenegro, enaltecendo a assinatura de 11 instrumentos jurídicos, em especial na área da água, o tema central da reunião.

O primeiro-ministro considerou que a cimeira foi relevante também “ao nível da inovação, da ciência, da educação ou da cultura”, e salientou “posições convergentes” dos dois países na maior parte dos assuntos europeus.

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Montenegro destacou a importância da futura comissária europeia espanhola, Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, tal como da pasta da comissária portuguesa, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

Por outro lado, defendeu que “a Europa tem muita vantagem em aprofundar o seu relacionamento com o Mercosul e em poder finalmente alcançar um acordo comercial com esta geografia”.

“Do ponto de vista internacional, unem-nos também valores fundamentais no domínio da preservação da paz, da garantia dos direitos humanos e, por isso, quer Portugal quer Espanha, reiteram o seu compromisso permanente, inequívoco, contínuo de apoio à Ucrânia, reafirmam a necessidade de um cessar-fogo imediato no Líbano e em Gaza”, destacou.

Montenegro afirmou ainda que ambos os países estão atentos “ao processo eleitoral” na Venezuela e disse que voltará a estar em breve com Pedro Sánchez, na Cimeira do G20, no Rio de Janeiro, em novembro.

“Estaremos também na primeira linha dos que atribuem importância, na política europeia e na política global, a não abandonarmos aquilo que são territórios onde a nossa presença é fundamental, e refiro-me em particular ao Norte de África e ao Sahel, cuja cooperação tem sido também uma nota dominante das nossas diplomacias no âmbito multilateral“, salientou ainda.

O primeiro-ministro português agradeceu ao chefe do Governo espanhol a cooperação, a amizade e deixou uma palavra de confiança quanto ao futuro das relações entre os dois países.

A expressão daquilo que está no papel só faz sentido se sair do papel, se for executado. Na água, na mobilidade, nos transportes, na ferrovia, na rodovia, na ciência, no conhecimento, na educação, na necessidade de aprofundarmos a competitividade económica, no respeito por estes valores e da nossa participação na comunidade internacional, tudo isto faz sentido se não ficar apenas escrito, se chegar à vida das pessoas e é nisso que estamos concentrados”, defendeu.