O orçamento da Câmara Municipal da Guarda para 2025, no valor de 76,5 milhões de euros, foi esta segunda-feira aprovado por maioria do executivo municipal.

Votaram a favor do documento o movimento independente ‘Pela Guarda”, que governa a autarquia em maioria relativa, com três elementos, a abstenção dos três vereadores do PSD e o voto contra do único eleito do PS no executivo.

Este orçamento é muito ambicioso e lança obras que impulsionam um futuro mais inclusivo e sustentável para a Guarda“, afirmou o presidente do município, Sérgio Costa, aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo, realizada esta segunda-feira.

A construção da Alameda dos F’s, a requalificação das avenidas de S. Miguel e Francisco Sá Carneiro e a reabilitação do Bairro da Fraternidade são alguns dos projetos que deverão avançar em 2025.

“São obras em curso, adjudicadas, em concurso ou em revisão. Estamos a dar sequência ao que foi aprovado em reunião de Câmara ao longo deste ano”, realça o presidente da autarquia, indicando que estão cabimentados “47 milhões de euros em investimentos no concelho“.

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“É o valor mais alto das últimas décadas”, sublinhou Sérgio Costa, que também destacou a continuidade dos apoios às coletividades, bombeiros e Juntas de Freguesia.

A viver este ano em duodécimos na sequência do chumbo do orçamento de 2024 pela oposição, desta vez o presidente da Câmara da Guarda “agradeceu” a mudança de posição do PSD, que se absteve.

É um ato de contrição. Os vereadores sociais-democratas emendaram a mão porque nós ensinámos no último ano como se governa sem orçamento aprovado”, disse Sérgio Costa, que acusou o eleito do PS, o único que votou contra, de “não saber, nem conhecer a fundo os projetos e os dossiers”.

Carlos Chaves Monteiro (PSD) justificou a abstenção porque “fizemos parte da construção deste orçamento. As nossas propostas tiveram aceitação e estão plasmadas no documento. A maioria independente abandonou a postura de arrogância e foi mais dialogante”.

Contudo, o social-democrata considerou que “não temos um projeto novo” no Orçamento de 2025, “são tudo obras que vêm do passado, quando a Câmara era gerida pelo PSD e Sérgio Costa era um dos seus vereadores”, duvidando, mesmo assim, que a autarquia tenha capacidade para “as executar todas”.

Já António Monteirinho (PS) votou contra porque o orçamento para 2025 é “trapalhão, eleitoralista e despesista. Todas as obras que não foram feitas em três anos estão agora para ser concretizadas em nove meses. Com este orçamento sabemos finalmente aquilo que a Câmara quer fazer, mas sabemos também 90% delas não serão feitas”, afirmou.

O vereador socialista lamentou ainda “o esquecimento do Instituto Politécnico e da Unidade Local de Saúde” nos documentos previsionais para o próximo ano, onde também não encontrou “uma única frase” sobre o projeto do Porto Seco.

Confrontado com a abstenção do PSD, António Monteirinho acusou os sociais-democratas de serem “a muleta dos independentes” na Câmara da Guarda.

“É um noivado anunciado que vai terminar em casamento daqui a uns meses”, ironizou o socialista, para quem “a má notícia deste orçamento é que os impostos não vão baixar em 2025”. O vereador da oposição referia-se, nomeadamente, à manutenção da taxa de IMI em 0,375 por cento.