O deputado João Paulo Correia defendeu este domingo a demissão da ministra da Saúde pelas dificuldades que se têm sentido na resposta do INEM a pedidos de socorro — e que poderão estar relacionadas com 11 mortes na última semana e meia. “A ética republicana aconselha a ministra da Saúde a demitir-se”, defende o socialista, coordenador do partido para a Saúde na Assembleia da República.
No Facebook, João Paulo Correia considera que é “urgente” a intervenção do Presidente da República neste caso, recordando que Marcelo “fê-lo em governos anteriores por conta de situações não tão graves” — recorde-se, como exemplo, que a ex-ministra da Saúde Marta Temido apresentou a demissão na sequência da morte de uma grávida que estava a ser transferida do Hospital de Santa Maria para o S. Francisco Xavier por falta de vagas no serviço de Neonatologia, em agosto de 2022.
Agora, estão em causa sucessivos pedidos de socorro feitos para o INEM, ao longo da última semana e meia, e que tiveram tempos de espera muito acima dos tempos máximos. Nalguns casos, as chamadas prolongaram-se por uma hora até que os serviços de emergência dessem resposta; noutros casos, os pedidos não chegaram sequer a ter resposta e os doentes foram encaminhados para as urgências por patrulhas da PSP e por familiares; nalguns casos, os óbitos foram declarados no local.
“Onze mortes associadas a falhas do INEM! O país está desprotegido. O Governo é negligente!”, defende o coordenador do PS para a Saúde no Facebook. Uma linha mais dura face ao que João Paulo Correia tinha defendido há dias. No Parlamento, durante a semana passada, o socialista sublinhou a “instabilidade” que se verificava no sistema de socorro e instava Luís Montenegro a avaliar a capacidade de Ana Paula Martins. “O primeiro-ministro tem de avaliar se a senhora ministra da Saúde, neste momento, reúne ou não reúne condições para continuar a governar a pasta da saúde.”