A secretária regional da Saúde dos Açores reconheceu, esta segunda-feira, a necessidade de reforço de pessoal e equipamentos no serviço de imagiologia do hospital da Ilha Terceira, apesar do investimento de mais de dois milhões de euros, realizado recentemente.

“A região tem de trabalhar outras condições de atractibilidade para profissionais de saúde. O serviço de imagiologia é claramente um exemplo de um serviço desfalcado no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores (PSD/CDS/PPM), Mónica Seidi.

A governante visitou hoje o serviço de imagiologia do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, onde foi feito recentemente um ‘upgrade’ ao equipamento de ressonância magnética, “num valor superior a meio milhão de euros”, com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O investimento soma-se à aquisição de equipamentos de raio-x e de ecografia e tomografia computorizada (TAC), também financiados pelo PRR.

“O serviço de imagiologia foi contemplado com investimentos superiores a dois milhões de euros”, frisou Mónica Seidi.

Aquando da inauguração dos novos equipamentos, em fevereiro de 2023, o então secretário regional da Saúde (PSD/CDS/PPM), Clélio Meneses, anunciou a abertura de procedimentos para a contratação de mais dois imagiologistas para o hospital.

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Questionada hoje sobre se a falta de pessoal no serviço estava colmatada, Mónica Seidi disse que o problema não estava resolvido, alegando que “abrir vagas não é a solução”.

“Felizmente, temos tido a colaboração de colegas que vêm cá em áreas mais específicas e que dão resposta do ponto de vista da oncologia, da neurorradiologia, até mesmo com recurso à telemedicina, mas efetivamente é um problema que tem de ser colmatado”, adiantou.

A solução do executivo passa por tornar a carreira médica nos Açores mais atrativa, com a implementação de incentivos à fixação, a adoção de um regime de dedicação plena, a partir de 2025, e a avaliação de desempenho da carreira médica, a breve prazo.

Na visita ao serviço de imagiologia, a governante ouviu também um pedido de substituição do mamógrafo, que tem já 16 anos.

“Certamente será um pedido que terá de ter resposta, na medida que estamos a falar de um mamógrafo que dá apoio também ao centro de oncologia”, assegurou, quando questionada pelos jornalistas.

Mónica Seidi disse que “esta necessidade estava já identificada na plataforma centralizada da direção regional da Saúde”, mas “não tinha a prioridade muito urgente”, o que será agora revisto.

A titular da pasta da Saúde, que tomou posse em 2023, lembrou que já foi substituído o mamógrafo do Centro de Oncologia dos Açores (COA) e alegou que “houve um claro desinvestimento do ponto de vista dos equipamentos do Serviço Regional de Saúde”.

Segundo a governante, o equipamento de ressonância magnética do hospital da Ilha Terceira tinha mais de 10 anos e estava desatualizado, mas com o ‘upgrade’ realizado, “está na vanguarda da tecnologia”, permitindo “a realização de mais exames no mesmo espaço de tempo, comparativamente ao anterior”.