Preparado para a guerra em caso de ataque do sul, Naim Qassem considera o cessar-fogo uma “vitória divina” para o Hezbollah e menciona uma derrota “massiva” para Israel. O secretário-geral do grupo xiita libanês pronunciou-se pela primeira vez sobre o acordo que entrou em vigor esta quarta-feira, aproveitando para homenagear os antigos líderes, Hassan Nasrallah e Hashem Safieddine.
Qassem, em declarações transmitidas na televisão e citadas pela Al Jazeera, considera que este cessar-fogo é um triunfo superior ao que ocorreu em 2006 e interrompeu a guerra de 34 dias com Telavive. Adicionalmente, explica que milhares de israelitas foram deslocados das suas casas em aldeamentos próximos da fronteira com o Líbano, descrevendo o resultado como uma derrota “massiva” para Israel.
O líder confirma que o Hezbollah “aprovou” o acordo, e que trabalharão em conjunto com o exército do Líbano para assegurar a sua implementação. No entanto, acrescenta que o grupo apoiado pelo Irão está preparado “para a guerra” em caso de um ataque de Israel, retribuindo afirmações idênticas do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Netanyahu ameaça com “guerra intensiva” se tréguas no Líbano forem violadas
O Hezbollah “mantém o seu direito à autodefesa”, reforça Naim Qassem, antes de destacar a morte dos antigos líderes do grupo, Hassan Nasrallah e Hashem Safieddinne. Para além das duas figuras importantes, Qassem reconhece os milhares de “mártires” que morreram, os membros das forças armadas do Líbano e as equipas médicas que estiveram nas linhas da frente.
Voltando a falar sobre Israel, o secretário-geral do Hezbollah voltou a dizer que os seus dirigentes fracassaram ao não conseguirem ter sucesso entre a população libanesa “inabalável” que “surpreendeu o mundo e incutiu medo no exército israelita”.
Afirmou também que o apoio do Hezbollah à Palestina “não vai acabar” e que a libertação dos palestinianos é “um objetivo que pode ser atingido de várias formas”.
Todos os lados do acordo já trocaram acusações de violações dos termos assinados, nas primeiras 72 horas de cessar-fogo. Esta quinta-feira, o exército libanês denunciou várias “incursões aéreas e ataques” das forças israelitas no país.