Há meses numa entrevista à (então candidata a) eurodeputada do PS e ex-ministra da Saúde, Marta Temido, a ERC considerou que José Rodrigues dos Santos se “afastara da factualidade“. O jornalista contestou o entendimento do regulador e, agora, esclareceu o seu ponto de vista sobre a situação e a dinâmica da conversa que aconteceu em agosto, na RTP.
Desta vez no papel de entrevistado, durante o programa de Júlia Pinheiro, na SIC, o pivô negou ter “sobressaído o conflito” durante a sua interação com Marta Temido, tal como acusa a Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC), afirmando que “não estava irritado” e que “foi surpreendido por [Temido] estar a negar matéria factual”. Acrescentou ainda que, enquanto jornalista, era o seu papel “não deixar que o entrevistado induza em erro as pessoas”.
Em plena campanha para as eleições no Parlamento Europeu, José Rodrigues dos Santos questionou a antiga ministra sobre a dependência de Portugal aos fundos comunitários e as soluções que Marta Temido teria para retirar o país da “cauda da Europa”— “Andamos há 40 anos a receber dinheiros da Europa e continuamos cá atrás”, afirmou.
Apesar das críticas da ERC e de outras personalidades políticas, Rodrigues dos Santos revelou que foi elogiado por um membro do Partido Socialista. “Aquela questão era essencial. Dois dias depois, falei com uma pessoa, nomeada pelo partido [PS], para um alto cargo, um dos mais importantes cargos da Economia no país e a primeira coisa que me disse foi: ‘as suas perguntas de anteontem foram todas na mouche. Você colocou todos os problemas que ninguém está a colocar sobre a economia portuguesa”, referiu, sublinhando também as preocupações de Elisa Ferreira, comissária da UE agora de saída, que salientou este “problema central da economia portuguesa e da relação de Portugal com a Europa”.