A programação da Culturgest, em Lisboa, a cumprir de fevereiro a agosto do próximo ano inclui teatro, dança, cinema, música e artes visuais, soma estreias e atividades “fora de portas”, e aborda temas tão distintos como “limites do corpo, luto, gestos do dia-a-dia, entreajuda social, experimentalismo, resistência, fascismo e liberdade”.
No teatro e na dança, destacam-se as novas criações de Tiago Rodrigues, em fevereiro, e de Raquel André com Tonan Quito, em junho: No Yogurt for the Dead, inspirada nos últimos dias de vida do pai do atual diretor do Festival d’Avignon, será apresentada em estreia nacional de 19 a 23 de fevereiro; Começar Tudo Outra Vez, de Raquel Andre´, que aborda histórias de vida, de morte e de políticas de migração, estreia-se a 25 junho.
A coreógrafa dinamarquesa Mette Ingvartsen, em março, traz duas coreografias: All Around, com o baterista Will Guthrie, “um concerto com dança em que o público ocupa um espaço performático”, e Skatepark, com ‘skaters’, para marcar “a visibilidade de uma comunidade”, que também vai ser apresentado no Rivoli, no Porto, nos dias 28 de fevereiro e 1 de março.
Em abril, Gaya de Medeiros estreia-se na Culturgest com Cafezinho, peça inspirada em Café Muller, da coreógrafa alemã Pina Bausch. A nova coreografia de Vera Mantero, C.C. (Crematística e Contraforça), está marcada para maio, depois da estreia, dias antes, no festival Dias Da Dança. E o espetáculo EXIT ABOVE after the tempest /depois da tempestade, de Anne Teresa De Keersmaeker, abre o mês de junho, dias antes da apresentação no Porto, meses depois de ter pedido desculpa à companhia Rosas que fundou e a acompanha, na sequência de denúncias de ‘bullying’.
A programação de música, em fevereiro, conta com Meredith Monk & John Hollenbeck, no intimismo de Duet Behavior; Norberto Lobo e Ben Chasny (Six Organs of Admittance), num concerto dedicado a Carlos Paredes, no centenário do guitarrista; e com os Mão Morta, que celebram 40 anos de carreira com o álbum Viva La Muerte!, inspirado nas vozes da Revolução.
Março é a vez do trio do guitarrista Bill Frisell, com Thomas Morgan e Rudy Royston, e de Keeley Forsyth, que se estreia em Portugal com o álbum The Hollow. Abril conta com Memória de Peixe e o terceiro álbum, III, e com Mark Eitzel (American Music Club), que se apresenta com um octeto de cordas, formado por alunos da Escola Profissional de Música de Espinho e do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. O Silêncio de Moritz von Oswald, com o Nova Era Vocal Ensemble, fecha o mês de maio.
Nas artes visuais serão inauguradas exposições de Susan Hiller (Dedicado ao Desconhecido), Marcel Broodthaers (Archive) e de Fernando Marques Penteado. O ciclo Território, entre o espaço Fidelidade Arte, em Lisboa, e a Culturgest Porto, será definido pelas mostras Se Eu Tivesse Mais Tempo, Teria Escrito Uma Carta Mais Curta, Jardineiro Relutante e ACLOC O’CLOCK, Território #7.
As exposições Meia Sombra e Joga o Jogo: Partida…, a partir da coleção de arte da CGD, serão apresentadas, respetivamente, no Museu do Caramulo e no MU.SA — Museu das Artes de Sintra.
Em termos participativos, com “envolvimento social”, haverá Capicua e o músico Luís Montenegro, reunidos numa coprodução com o Teatro Viriato, de Viseu, e o Theatro Circo de Braga; o coletivo de arquitetura de Braga Space Transcribers; o projeto Motion, do Teatro Frio; e Isto Não é Um Cubo, que reúne artistas e públicos de Évora, Lisboa e São Miguel.
A programação de verão alastrar-se-á a espaços exteriores, estando desde já anunciados concertos da Orquestra Jazz de Matosinhos e o programa de estudos experimentais para artistas performativos, Mystery School of Choreography.
Na área das conferências, destacam-se a mesa-redonda sobre “arte como forma de resistência”, com Ananya Jahanara Kabir, Dino D’Santiago e Patrick de Chamoiseau; o debate sobre fascismo e extrema-direita, com Adolfo Luxúria Canibal, Luís Trindade, Miguel Pedro e Sílvia Correia; e o ciclo Mundo Quântico: estranhamente familiar, a propósito dos cem anos de Física Quântica.
No cinema, a Culturgest recebe a quarta edição da Ampla, em fevereiro, mostra de filmes premiados em 2024 nos principais festivais nacionais, e o 22.º Indielisboa, de 1 a 11 de maio.
A programação integral fica disponível a partir de hoje no ‘site’ da Culturgest.