A discussão pública formal do Plano de Pormenor da futura estação intermodal de Coimbra deverá ser aberta no início de 2025, afirmou esta quarta-feira a vereadora da Câmara de Coimbra, esperando que o documento esteja formalizado antes do verão.

“A ideia é abrir já agora no início de 2025 à discussão pública a que formalmente somos obrigados e, a partir daí, esperamos, antes do verão, ter todo o documento formalizado”, afirmou a vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos.

A responsável falava aos jornalistas após a inauguração de uma exposição na Sala da Cidade sobre o projeto da futura estação intermodal (no lugar da estação de Coimbra-B) e plano para toda a zona envolvente, que se estende até Coimbra-A (também conhecida como Estação Nova), no âmbito do projeto da linha de alta velocidade que irá ligar Porto a Lisboa.

Segundo Ana Bastos, há “vários estudos de especialidade” que ainda estão em elaboração, ao contrário dos estudos de tráfego que estão concluídos e que foram fundamentais para “a constituição da rede rodoviária nos espaços adjacentes”, com o plano agora exposto a ser mais claro sobre toda a estrutura viária à volta da estação, incluindo a nova ponte rodoviária do IC2, estrutura defendida pelo atual executivo municipal.

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“As coisas estão a ficar cada vez mais consolidadas e sustentadas também do ponto de vista técnico”, notou a vereadora, admitindo que a cota de cheia, que foi atualizada, continua a ser “um ponto crítico” que se procura ultrapassar com soluções de engenharia e de urbanismo.

Ao nível do planeamento, o município pretende também que o plano seja classificado como um projeto estratégico, que carece de despacho ministerial, o que poderá permitir fazer caves, cujas entradas serão acima da cota de cheia e que são “absolutamente essenciais”, nomeadamente para estacionamento e para o funcionamento das torres previstas construir junto à estação ferroviária, construída em forma de ponte.

A exposição, cuja inauguração contou com a presença do presidente da Câmara, José Manuel Silva, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, e do arquiteto responsável pelo projeto, o catalão Joan Busquets, irá estar na Sala da Cidade até 8 de fevereiro, contando com um vídeo, projetos, plantas e maquete.

José Manuel Silva salientou que a exposição é “um momento simbólico” de um “grande projeto transformador da cidade de Coimbra”, quer através da linha de alta velocidade, que aproxima a cidade de Lisboa e do Porto, quer através da transformação urbana perspetivada.

Para o autarca, o projeto poderá tornar Coimbra um “dos concelhos mais dinâmicos” do país, referindo que a alta velocidade já faz parte do pitch que a Câmara faz quando procura atrair empresas multinacionais para a cidade.

Em conversa com os jornalistas, Joan Busquets aclarou que o projeto não sofreu “grandes transformações” nos últimos tempos, antes alguns ajustes “ao contexto”.

O arquiteto reafirmou o foco na mobilidade suave, na ligação entre Coimbra-B e toda a envolvente ao centro da cidade e às linhas de água e aos espaços verdes.

O projeto prevê que do lado nascente da estação ferroviária, fique a ligação ao Sistema de Mobilidade do Mondego (autocarros em via dedicada entre Coimbra e Lousã) e o acesso pedonal à cidade.

Já do lado poente, estarão agrupados os restantes meios, nomeadamente estacionamento para automóveis, táxis, bicicletas e gare rodoviária.

Na sessão, Carlos Fernandes afirmou aos jornalistas que, com o fecho programado da Estação Nova para 12 de janeiro de 2025, há “disponibilidade da IP” para fazer uma subconcessão daquele edifício à Câmara, “para múltiplos usos, nomeadamente culturais”.

O concurso para o segundo troço do projeto de alta velocidade, entre Oiã e Soure e que abrange a construção da estação de Coimbra, fecha a 6 de janeiro de 2025.

A exposição, de entrada livre, pode ser visitada de terça-feira a sábado, entre as 13h00 e as 18h00.