Favoritismo. Incontornavelmente, o FC Porto entrou em campo esta quinta-feira como favorito perante o Midjylland. É certo que a equipa de Vítor Bruno estava a atravessar um momento negativo em termos de resultados, mas o jogo da quinta jornada da fase de liga da Liga Europa tinha particular importância. Primeiro, podia colocar fim a esse mau momento. Segundo, os dragões estavam praticamente obrigados a ganhar, sob pena de terminarem o dia fora do top 24. O facto de jogarem em casa, num Dragão despido, transmitia confiança à equipa e aos adeptos, já que ali os portistas têm mostrado uma consistência que está longe de se manter fora de portas.
Perante uma equipa jovem, forte nos duelos físicos e que aposta num jogo direto, Vítor Bruno assumiu na antevisão ao encontro que ia alterar o seu plano de jogo em função disso. As mudanças no onze eram um dado adquirido, já que João Mário continua lesionado e Nico González estava suspenso para a receção aos dinamarqueses. O calendário é apertado até ao fim do ano, com uma média de três jogos por semana, mas o momento e a situação na segunda prova europeia impunham poucas mudanças.
Ficha de jogo
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FC Porto-Midtjylland, 2-0
5.ª jornada da fase de liga da Liga Europa
Estádio do Dragão, no Porto
Árbitro: Aleksandar Stavrev (Macedónia do Norte)
FC Porto: Diogo Costa; Martim Fernandes (Tiago Djaló, 90+3’), Otávio Ataíde, Nehuén Pérez, Wenderson Galeno; Alan Varela (Vasco Sousa, 83’), Stephen Eustáquio; Pepê (Gonçalo Borges, 83’), Fábio Vieira (Iván Jaime, 70’), Danny Namaso (Rodrigo Mora, 90+3’); Samu Aghehowa
Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos; Zaidu Sanusi, André Franco, Fran Navarro, Deniz Gül, Francisco Moura e Zé Pedro
Treinador: Vítor Bruno
Midtjylland: Elías Ólafsson (Jonas Lössl, 71’); Adam Gabriel (Pedro Bravo, 77’), Ousmane Diao, Mads Bech, Paulinho (Victor Bak Jensen, 61’); Emiliano Martínez, Joel Andersson, Oliver Sorensen; Edward Chilufya (Valdemar Andreasen, 61’), Mikel Krüger-Johnsen (Denil Castillo, 61’) e Adam Buksa
Suplentes não utilizados: Liam Selin; Lee Han-beom, Christian Sorensen, Kristoffer Askildsen, Jan Kuchta, Victor Lind e Juninho
Treinador: Thomas Thomasberg
Golos: Namaso (30’) e Samu (56’)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Namaso (55’) e Bech (90+8’)
“Há limitações físicas que podem influenciar as escolhas do treinador do Mitjylland. Têm um perfil físico e são uma equipa que investe no jogo direto e muito assente na bola parada. Cabe-nos levar a nossa ideia para o jogo. Temos uma oportunidade única de fazer oito pontos amanhã [quinta-feira] e ultrapassar um adversário que está à nossa frente. É a primeira de três finais que temos nesta competição. Espero uma reação normal, de adeptos que querem andar de mãos dadas com a equipa. No final, o tipo de manifestações que têm é da responsabilidade deles. Muitas vezes sei que é dirigido a mim e não tanto aos jogadores. Não tenho qualquer tipo de problema, há dias em que nem eu gosto de mim próprio, quanto mais os outros”, partilhou o técnico portista.
Em sentido inverso, o Midtjylland entrava em campo ligeiramente mais tranquilo, já que era 20.º com sete pontos. Por outro lado, a equipa dinamarquesa estava numa fase completamente diferente, já que o Campeonato da Dinamarca parou no início do mês devido ao inverno. Assim, os lobos negros tinham pela frente apenas os compromissos europeus, ainda que as lesões no setor ofensivo — Franculino Djú (ex-Benfica), Simsir e Osorio — estejam a causar vários problemas ao treinador.
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“O FC Porto é uma equipa com muita capacidade. Conhecemos o adversário, sabemos que são uma boa equipa, difícil de vencer e individualmente muito forte. Têm muita qualidade em todos os setores. Queremos vencer e aproveitar as nossas oportunidades. Vamos jogar com coragem. Samu? É um excelente jogador. É jovem, temos de o dominar e esperar que a bola não lhe chegue muitas vezes, pois é um jogador que marca golos facilmente. Mau momento? Tiveram quatro jogos fora nos últimos seis”, abordou Thomas Thomasberg.
Assim, o conjunto português entrou para este duelo inédito com Galeno na lateral esquerda e Alan Varela e Fábio Vieira, dupla que estava em dúvida, no onze inicial. Também Namaso foi titular, atuando no lado esquerdo do ataque. Como seria de esperar, os dragões apresentaram uma formação de ataque e desde cedo assumiram o domínio do encontro, ainda que com pouca chegada à área dinamarquesa. Em sentido inverso, o Midtjylland mostrou-se mais incisivo, chegando à baliza de Diogo Costa em transição e com poucos toques na bola.
Com Pinto da Costa e Pierre Gasly, piloto de Fórmula 1, a assistirem nas bancadas, foi através de uma jogada de insistência pelo corredor direito que os azuis e brancos chegaram ao golo inaugural, com Eustáquio a cruzar certeiramente para o cabeceamento de Namaso que, depois de desviar em Bech, só parou no fundo da baliza (30′). O lobos negros reagiram bem à desvantagem e, na resposta, Buksa apareceu isolado, só que Diogo Costa fez bem a mancha e impediu o empate (33′). Até ao intervalo, Namaso (42′) e Pepê (45′) tentaram dilatar a vantagem, sem sucesso. Ainda assim, os dragões entraram para a segunda parte na frente.
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A toada ofensiva portuguesa manteve-se na etapa complementar, que abriu com Samu a servir de bandeja Pepê, mas o internacional brasileiro não conseguiu superar Ólafsson (54′). Pouco depois, Fábio Vieira viu o que mais ninguém e fez um grande passe a isolar Pepê que, com o guarda-redes pela frente, tocou à direita para Samu encostar para o golo (56′). O Midtjylland continuou sem conseguir contrariar a formação portista que, pouco depois, viu o internacional espanhol desperdiçar o bis, com Ólafsson a levar de novo a melhor (68′). Esse lance acabou por ser de infortúnio para o guarda-redes, que acabou por chocar com Samu e saiu lesionado na mão.
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Ainda assim, os dragões não conseguiram criar mais oportunidades clamorosas junto da baliza dos lobos negros e até sofreram, mas o golo de Buksa acabou invalidado por fora de jogo, num lance em que a defesa ficou a ver jogar. Com a vitória consumada (2-0), o FC Porto regressou às vitórias e subiu ao 18.º lugar da Liga Europa, com oito pontos. Seguem-se mais duas “finais”, contra Olympiacos (casa) e Maccabi Telavive (fora).