A União dos Sindicatos de Lisboa (USL), afeta à CGTP, concentrou-se esta quinta-feira na Praça Luís de Camões, em Lisboa, e rumou ao Rossio, num desfile marcado por sátira para denunciar as injustiças sociais no distrito.

Sob o mote “Este Natal não é para todos”, os delegados sindicais e ativistas sindicalizados organizaram esta quinta-feira “uma ação com um aspeto de sátira para denunciar as injustiças sociais” que encontram no distrito de Lisboa, explicou o coordenador USL, em declarações aos jornalistas.

“O distrito de Lisboa é um dos mais ricos do país, mas é também um dos que a riqueza está mais mal distribuída”, apontou João Coelho, alertando que, com o “aumento do custo de vida, das rendas e dos empréstimos à habitação, houve um número muito grande de trabalhadores que foram obrigados a largar as suas casas e a viver na rua”.

Durante o protesto, os manifestantes entoaram palavras de ordem como “o custo de vida aumenta e o povo não aguenta”, “precariedade não, estabilidade sim”, “para os patrões são milhões, para os trabalhadores são tostões”.

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Na descida até ao Rossio, houve momentos de sátira e troca de ‘galhardetes’ entre manifestantes vestidos com fardas de trabalho, representando os operários, e outros com fraque e cartola, representando os patrões.

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Esta ação contou com a presença do secretário-geral da CGTP que realçou ser necessário “denunciar” a situação vivida pela “grande maioria” dos trabalhadores, em que “a primeira prioridade vai ser pagar as contas que têm para pagar e que ficaram para trás”.

Tiago Oliveira pede, por isso, “uma política diferente” e, apesar de sublinhar que, para já, o período reivindicativo está a centrar-se nas empresas, admite adensar as ações de luta para o ano.

Nesse sentido, o secretário-geral da CGTP aponta como prioridade “construir todo o processo reivindicativo dos trabalhadores, tendo em conta um grande 25 de Abril e um grande 1.º de Maio”, de modo a reivindicar contra “o brutal aumento do custo de vida”.