O mês de novembro foi o terceiro mais quente dos últimos 83 anos nos Açores, com a temperatura média diária do ar a variar entre 17,9° graus celsius no Nordeste e 19,0° em Santa Maria e Ponta Delgada.
Segundo o Boletim Climatológico de novembro de 2024 do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para a Região Autónoma dos Açores, novembro “foi relativamente chuvoso e muito quente em toda a região, sendo o terceiro mais quente relativamente à temperatura do ar à superfície desde pelo menos 1941”.
Numa nota divulgada esta sexta-feira no site, o IPMA refere que “o campo da temperatura do ar na região dos Açores apresentava anomalias positivas entre 1 e 1,5°C [graus celsius] relativamente ao período de 1991-2020”.
“O valor da temperatura média diária do ar variou entre 17,9°C no Nordeste e 19,0°C em Santa Maria e Ponta Delgada/Observatório; a temperatura mínima mais baixa foi 11,1 °C, registada nos aeródromos do Corvo e das Flores, e a máxima mais elevada foi 24,3°C, registada na estação do aeródromo do Pico”, lê-se na nota.
O Boletim Climatológico de novembro para a Região Autónoma dos Açores indica também que a temperatura da superfície da água do mar no arquipélago “continua positiva desde 2017”.
A temperatura média da água do mar à superfície variou entre 21°C no início e 19°C no final de novembro, com o campo da temperatura da superfície da água a apresentar neste mês “anomalias positivas entre 1 e 1,5°C”, sendo cerca de 1,3°C na proximidade do grupo Oriental (ilhas de São Miguel e Santa Maria), “a quarta mais elevada para este mês, desde 1941”.
O mês de novembro foi também “relativamente chuvoso, com desvios entre 1,5 a 2 mm/dia relativamente ao mesmo período de referência”.
Segundo o IPMA, “verificaram-se ainda alguns episódios de vento forte e de precipitação intensa, especialmente nas ilhas do grupo Ocidental (Flores e Corvo) e Central (Faial, Pico, Terceira, São Jorge e Graciosa), na sequência da tempestade subtropical Patty”.
No mês passado, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Norte esteve, em média, centrado a sudeste dos Açores, “estendendo-se em crista na direção do Estreito de Gibraltar e apresentando uma configuração idêntica à normal”.
Já a “corrente perturbada de oeste” originou diversas situações de tempo severo com precipitação, vento e agitação marítima forte.
Na sequência da passagem da tempestade subtropical Patty, verificaram-se alguns episódios de vento forte e chuva intensa, especialmente nas ilhas do grupo Ocidental e Central, “nomeadamente uma rajada de 98,6 km/h [quilómetros/hora] no aeródromo do Corvo, no dia 5, e um total diário de precipitação de 70,6 mm no aeródromo do Pico, no dia 3” de novembro.
O IPMA destaca igualmente a rajada de 100,8 km/h registada no Observatório Príncipe Alberto de Mónaco, na Horta, na sequência da passagem de uma depressão, no dia 28 de novembro.
Quanto ao estado do mar, caracterizou-se por ondas médias de noroeste nos grupos Ocidental e Central e de oeste no grupo Oriental, com alturas significativas de dois a quatro metros, tendo atingido cinco metros no grupo Oriental açoriano, no dia 24 de novembro.