A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (Fematro) estimou esta sexta-feira prejuízos de cerca de 450 milhões de meticais (6,7 milhões de euros) desde o início das manifestações de contestação aos resultados eleitorais.
“Os prejuízos que nós somamos durante este tempo de manifestações na área de transportes de passageiros rondam acima de 450 milhões de meticais, somente nas perdas em receitas e não incluindo a vandalização dos transportes”, disse à Lusa Jorge Manhiça, porta-voz da Fematro.
Segundo o representante, os prejuízos são referentes aos transportes urbanos e interprovinciais das províncias de Maputo e Gaza, no sul de Moçambique.
“Se isto não parar nos próximos dias, poderá condenar grande parte do número de transportadores de passageiros da área urbana, incluindo os interprovinciais” que podem ficar “falidos e sem nenhum carro para pôr na estrada”, explicou o porta-voz.
Além disso, referiu que pelo menos 17 viaturas foram vandalizadas e que, durante as paralisações, os prejuízos diários são, em média, de cerca de 55 milhões de meticais (850 mil euros).
Um total de 16 pessoas, entre as quais quatro membros da polícia, morreram nos últimos sete dias nos confrontos entre as autoridades e manifestantes, que protestam contra os resultados eleitorais em Moçambique, avançou fonte oficial.
O balanço apresentado pelo Comando geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) aponta ainda 73 feridos, entre membros da corporação e os manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, candidato presidencial que lidera as manifestações contra os resultados das eleições de 09 de outubro.
O último balanço da Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide, que observou o processo eleitoral, indicava que um total de 110 pessoas morreram e mais de 300 feridas em resultado dos confrontos entre polícia e manifestantes desde 21 de outubro.
Mondlane, que se encontra no estrangeiro, tem convocado os protestos a partir a partir da rede social Facebook, tendo, na sua última comunicação, prometido estar em Maputo para tomar posse como Presidente de Moçambique no dia 15 janeiro, data prevista para a tomada de posse do novo chefe de Estado.
“O 5.º Presidente eleito da República de Moçambique, eleito pelo povo, vai tomar posse no dia 15. Fiquem preparados”, declarou Mondlane, prevendo ainda anunciar, na segunda-feira, novos protestos para os próximos dias.