A conferência da ONU contra a desertificação (COP16) foi concluída este sábado na Arábia Saudita sem acordo entre os negociadores mundiais sobre soluções para lidar com a seca a nível global, eliminando esperanças de um protocolo vinculativo contra o flagelo.
As discussões sobre este tema prioritário terminaram de manhã cedo, um dia depois do esperado, enquanto as partes presentes na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), que reúne 196 países e a União Europeia, ainda procuravam chegar a um consenso, segundo a agência noticiosa AFP.
Antes da reunião, que começou a 2 de dezembro em Riade, o seu secretário executivo, Ibrahim Thiaw, disse esperar a adoção de uma “decisão ousada que possa ajudar a reverter a tendência do desastre ambiental mais generalizado e mais perturbador: a seca”.
No final da longa reunião, o mesmo responsável admitiu que “as partes precisam de mais tempo para chegar a acordo sobre o melhor caminho a seguir”.
O comunicado de imprensa divulgado este sábado no final da reunião afirmava, contudo, que os países tinham “feito progressos significativos no estabelecimento das bases para um futuro regime global de controlo da seca, que pretendem concluir na COP17, na Mongólia em 2026”.
As conversações em Riade ocorrem após o fracasso parcial das negociações sobre biodiversidade na Colômbia, o idêntico fracasso de um acordo sobre a poluição plástica na Coreia do Sul e um acordo sobre financiamento climático dececionante para os países em desenvolvimento durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Em novembro passado, Cali, na Colômbia, recebeu a 16.ª conferência da ONU sobre biodiversidade, rodeada de grande expectativa porque era a primeira após a conferência de Montreal na qual o mundo concordou em proteger 30% do planeta até 2030. Terminou sem que os países chegassem a acordo sobre o financiamento do plano para deter a destruição da natureza.
Uma semana depois foi Baku, no Azerbaijão, a receber a 29.ª conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP29), que anualmente tenta reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), combater as alterações climáticas e promover a adaptação.
A COP29 terminou sem que nada de substancial tivesse sido decidido e deixou todos descontentes. Os países mais desenvolvidos comprometeram-se em contribuir com 300 mil milhões de euros anuais para ajudar os países em desenvolvimento na transição energética e na adaptação às alterações climáticas.