Foi este sábado eleito o sexto Presidente da Geórgia. Com o voto favorável de 224 deputados (em 230), o antigo jogador de futebol e candidato do partido do Governo, Mikhail Kavelashvili vai agora assumir a liderança do país. Esta foi a primeira eleição presidencial do país feita por sufrágio indireto.

Aquele que era o único candidato à presidência vai agora substituir a líder da oposição, Salome Zurabishvili, que se recusa a deixar o cargo por não reconhecer legitimidade no resultado das eleições parlamentares de outubro. Nesse ato eleitoral, foi o partido Sonho Georgiano — que apoiou Kavelashvili — que saiu vitorioso, controlando o Parlamento.

De acordo com a oposição, que alega que o partido Sonho Georgiano é próximo da Rússia, esta eleição foi manipulada com ajuda da Rússia, motivo pelo qual todos os partidos boicotaram o Parlamento desde outubro.

Eleições na Geórgia. Partido no poder celebra vitória “esmagadora”, Presidente fala em “fraude” e “operação especial russa”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo a agência Reuters, Kavelashvili tem opiniões anti-ocidentais e, por vezes, conspiratórias. Ao longo deste ano, em discursos proferidos publicamente, alegou por várias vezes que as secretas ocidentais estavam a tentar levar a Geórgia a entrar em guerra com Moscovo.

Oposição manifesta-se em frente ao Parlamento

A oposição da Geórgia está agora a a manifestar-se em frente ao Parlamento. Centenas de pessoas começaram a reunir-se durante a manhã para rejeitar, uma vez mais, a composição do Parlamento.

A oposição pretende que sejam convocadas novas eleições legislativas e alega que os deputados não têm legitimidade suficiente para nomear o sucessor de Zurabishvili, cujo mandato termina oficialmente na próxima quarta-feira.

A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de protestos contra o Governo há mais de duas semanas, que estima que mais de 400 pessoas tenham sido presas desde o início das manifestações.

A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de mais de duas semanas de protestos antigovernamentais. Desde o início dos protestos já foram detidas mais de 400 pessoas.