Rui Malheiro, do movimento “Unidos pelo Liberalismo”, lançou este sábado a sua candidatura à liderança da Iniciativa Liberal (IL), que diz representar a “coragem” e “abertura” que têm faltado à atual liderança de Rui Rocha.

“[Esta candidatura] representa a coragem, a abertura, a responsabilidade e a ação que têm faltado, não apenas a liderar a Iniciativa Liberal, mas para liderar um movimento que devolva ao indivíduo a esperança, a confiança e a liberdade”, afirmou Rui Malheiro, que se apresentou hoje para disputar a liderança da IL com Rui Rocha, num hotel em Lisboa, perante uma plateia de cerca de duas dezenas de pessoas.

O candidato defendeu um partido que “promove o debate, valoriza a diversidade de opiniões, fomenta a inclusão de todos e ouve a sociedade civil”.

Questionado pelos jornalistas, Rui Malheiro assumiu que são críticas diretas ao atual líder do partido, Rui Rocha, que, disse, falha na “escuta ativa dos membros”, na “transparência” e na “delegação nos órgãos competentes”.

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“A Iniciativa Liberal tem de reconhecer que o sucesso do partido depende dos seus membros e que, sem eles, o partido não existe”, afirmou no seu discurso.

Questionado sobre se quer que Carla Castro, que saiu do partido em colisão com Rui Rocha, regresse, Rui Malheiro considerou que o partido que quer liderar tem capacidade para albergar todos os liberais.

“Tanto seja Carla Castro ou outro membro qualquer que tenha saído, recebemos essas pessoas todas dentro do nosso partido. Só nos deve deixar orgulhosos construir um partido e um país mais rico, mais próspero e mais liberal “, vincou.

Rui Malheiro propôs “uma reorganização interna que dê mais autonomia aos núcleos locais”, que invista em formação política para os membros do partido e “que crie mecanismos de participação mais transparentes e acessíveis”.

O movimento “Unidos pelo Liberalismo” anunciou na terça-feira que o conselheiro nacional da Iniciativa Liberal (IL) Rui Malheiro ia ser candidato à liderança do partido na Convenção Nacional de 01 e 02 de fevereiro de 2025.

Rui Malheiro foi o único candidato que se apresentou às primárias do movimento, que se realizaram na segunda-feira, alcançando 88% dos votos entre os 96 votantes.

O processo de primárias foi espoletado depois de o ex-candidato presidencial da IL Tiago Mayan Gonçalves, que até há pouco liderava o movimento, ter desistido da corrida à liderança da IL.

Sobre a candidatura de Rui Malheiro, o comunicado apontava que “reflete o desejo de levar os valores do movimento ‘Unidos pelo Liberalismo’ para um novo patamar, promovendo uma visão renovada e ambiciosa para o partido”.

“O objetivo é construir um projeto político que reforce os pilares do liberalismo, com foco na liberdade individual, no empreendedorismo e na igualdade de oportunidades, preparando a IL para enfrentar os desafios do futuro”, vincou o movimento.

Rui Malheiro, 42 anos, é membro da IL desde 2020, ano em que também integrou o Conselho Nacional do partido. Encontra-se atualmente no seu segundo mandato consecutivo enquanto conselheiro nacional e integra também o Gabinete de Estudos da IL para a área da energia.

O conselheiro nacional da IL é assim o primeiro candidato da oposição interna a anunciar que vai disputar a liderança do partido com Rui Rocha, depois de Tiago Mayan Gonçalves – que já tinha anunciado a candidatura – ter desistido da corrida à liderança após ter sido revelado que falsificou assinaturas enquanto presidente de uma junta de freguesia no distrito do Porto.

Na segunda-feira, em entrevista à SIC Notícias, Rui Rocha também anunciou que iria recandidatar-se à liderança do partido, garantindo que tem a “energia necessária” para fazer do partido “uma solução de coragem, de mudança e de governação”.