A De Tomaso é mais um construtor de desportivos de sonho que nasceu na região de Modena/Maranello, zona que já tinha assistido ao despontar da Ferrari e da Lamborghini. Fundada em 1959 por Alejandro de Tomaso, esta marca trouxe-nos modelos deslumbrantes como o Mangusta (1966) e o Pantera (1971) — que viria a animar o panorama das corridas de velocidade em Angola, nos anos 70 e em Portugal na década de 80, nas mãos do piloto Tino Pereira —, ambos desenhados pela Ghia e com mecânicas Ford V8. A De Tomaso viria a ser vendida em 2009 e depois de novo em 2015, desta feita à Consolidated Ideal Team Ventures, de Hong Kong, que exibiu um protótipo do novo P72 em 2019 no Festival de Velocidade de Goodwood.
Agora a De Tomaso anunciou que, após cinco anos de desenvolvimento, o protótipo de Goodwood está pronto a passar à produção em série, de forma a ser entregue aos compradores. Serão fabricadas apenas 72 unidades, propostas por 1,6 milhões de euros cada, com o modelo a manter umas linhas arredondadas e decididamente rétro, facilmente associadas ao De Tomaso P70 de competição.
O P72 recorre a um chassi monobloco em fibra de carbono, o mesmo material que é utilizado para dar forma à carroçaria. Por dentro, o novo modelo da De Tomaso é mais luxuoso do que o exterior deixa transparecer, como que a justificar o preço elevado que o cliente despendeu. O motor escolhido para animar este monstro da estrada é um 5.0 V8 sobrealimentado, capaz de debitar 750 cv e uma força muito respeitável de 900 Nm, que promete ser extremamente rápido uma vez que o P72 não deverá ultrapassar os 1000 kg.
De Tomaso P900 é um monstro potente e elegante com um preço de 3 milhões
Mas o De Tomaso P72 é apenas um dos modelos que a marca italiana vai lançar em 2025, uma vez que está igualmente em adiantado estado de desenvolvimento o P900, um modelo baseado no P72, mas mais espartano (para ser mais leve) e homologado apenas para uma utilização em pista. O P900 é proposto por 3 milhões de euros e monta um 6.2 V12 atmosférico que consegue a rara proeza de atingir 12.300 rpm, uma brutalidade que corresponde a ter uma cilindrada unitária de 516 cc, ultrapassando assim o V12 que a Cosworth desenvolveu para o T.50 de Gordon Murray e o V12 que a Aston Martin monta no Valkyrie.
Como o novo V12 só estará pronto em 2026, a De Tomaso admite equipar o P900 também com um V10 fabricado pela Judd, motor bem nosso conhecido pois equipou os F1 da Benetton B197 que Gerard Berger e Jean Alesi pilotaram em 1997. A confirmar-se, tal só elevará a cotação (e o gozo de condução) do superdesportivo de pista.