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Polícia turca invade sede de dois canais de televisão

Este artigo tem mais de 5 anos

A polícia turca invadiu esta quarta-feira a sede de duas televisões afetas ao líder religioso Fethullah Gülen, muito crítico do regime turco. Esta operação acontece a quatro dias das eleições.

Imagens enviadas pela Agência de Notícias CIHAN da Turquia para o Observador
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Imagens enviadas pela Agência de Notícias CIHAN da Turquia para o Observador

CIHAN

Imagens enviadas pela Agência de Notícias CIHAN da Turquia para o Observador

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A polícia turca invadiu esta quarta-feira a sede onde funcionam duas cadeias de televisão, detidas pelo grupo Ipek Holding, próximo de Fethullah Gülen, ex-aliado e agora rival do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Esta operação acontece apenas a quatro dias das eleições.

De acordo com a RTP, os agentes turcos usaram gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os funcionários que tentavam impedir a entrada da polícia nas instalações.

Pouco tempo depois, um grupo de administradores recém-nomeados pelo tribunal entrou nas zonas de emissão de ambas as televisões, sob proteção policial. 

Momentos antes de a emissão ser interrompida, Tarik Toros, editor principal da Bügun TV, um dos canais que foi controlado pela polícia turca, avisava: “Caros telespetadores, não se admirem se virem a polícia no nosso estúdio nos próximos minutos”.

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Imagens do local

O deputado Baris Yarkadas, que estava no local no momento da invasão, deixava bem claro o estado de espírito da oposição perante aquilo que acreditam ser um ato político e de censura. “É uma vergonha. Assistimos aos últimos instantes da emissão livre da Bügun TV. Todos os que são responsáveis por esta decisão deverão responder perante os seus crimes perante a história”, recupera a RTP, citando órgãos de comunicação social turcos.

Quem é Fethullah Gülen?

Fethullah Gülen é um líder religioso turco que vive, desde 1998, nos Estados Unidos, em Saylorsburg, Pensilvânia. Os seus ensinamentos inspiraram a criação de um movimento humanístico, de inspiração sufi, que conta com milhões de simpatizantes em toda a Turquia e países turcófonos.

De acordo com o Financial Times, os seguidores do Movimento Gülen têm uma rede de influência quase incomensurável. As raízes vão para lá de uma rede de escolas em 140 países espalhadas por todo o mundo, passam pela Tuskon (Câmara de Comércio e Indústria da Turquia), uma confederação que reúne 120 mil empresas turcas, e tem ainda à disposição um império mediático – o mesmo que Erdogan quer agora anular.

Apesar de representarem diferentes correntes dentro do Islão, Gulen e Erdogan alimentaram um “casamento de conveniência”, para conseguir que Erdogan chegasse ao poder em 2003. O clima de cooperação entre os dois rompeu-se em 2007, e, a partir daí, Gulen começou a criticar autoritarismo do então primeiro-ministro, a sua política externa e o projeto constitucional de um regime presidencialista, como escrevia o Público, em 2014.

Erdogan em entrevista ao jornalista Charlie Rose

Em dezembro de 2013, aconteceu a machadada final na relação entre os dois. Tudo por causa de um escândalo de corrupção que implicou o Governo, o círculo mais próximo de Erdogan e a sua família. O primeiro-ministro turco reagiu sempre dizendo que tal não passava de um golpe liderado por Gülen e expulsou oficiais da polícia envolvidos no caso, transferiu vários promotores ligados à investigação e reforçou o controlo do Estado sobre o poder judicial. Como lembra o Guardian, todas as acusações de corrupção acabariam por cair.

Um ano depois, já com Erdogan na apele de Presidente turco, um tribunal emitia um mandado de captura em nome de Gülen, acusando o líder religioso de estar a liderar um “grupo terrorista” com intenção de depor o Presidente. Começou aí uma série de processos e buscas a empresas detidas pelos seguidores do movimento Gülen. O chefe de Estado turco acusa o Erdogan de ter construído um “Estado paralelo”.

Como recorda ainda a RTP, a 14 de dezembro de 2014 as sedes do jornal diário Zalman e da TV Samanyolu, também próximas de Fethullah Gülen, foram tomadas pela polícia turca, tendo sido detidas 23 pessoas em todo o país. Uma manobra que o presidente Erdogan descreveu como uma operação para neutralizar a rede de conspiradores que o querem derrubar.

O controlo das televisões do grupo Ipek Holding acontece apenas a quatro dias das eleições turcas, mas é apenas mais um passo de um processo que se arrasta há vários meses.

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