Milhares de pessoas concentraram-se hoje frente à sede do partido de Aung San Suu Kyi, em Rangun, logo após o encerramento das eleições para expressar apoio à líder da oposição da Birmânia.

O país, governado por juntas militares até 2011, realizou hoje as primeiras eleições livres dos últimos 25 anos, mas os primeiros resultados provisórios só vão ser conhecidos durante as próximas semanas.

Logo após o encerramento das urnas, milhares de birmaneses dirigiram-se para a sede da Liga Nacional para a Democracia liderado por Aung San Suu Kyi, 70 anos, prémio Nobel da Paz e que foi submetida pelos militares a regime de prisão domiciliária durante 15 anos.

A votação contou com a presença de observadores internacionais que registou “falhas” mas em clima “aceitável”.

“No geral, está a ser um processo ordeiro mas que não está isento de falhas. Temos de esperar pelas informações sobre o resto do país para saber se este comportamento é representativo”, disse na capital da Birmânia, o chefe da missão de observadores da União Europeua, Alexander Lambsdorff à estação de televisão Channel News.

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Lambsdorff disse ainda que “não há nenhum país com eleições perfeitas”.

Várias denúncias sobre infrações foram apresentadas á Comissão Eleitoral durante a campanha e outras foram formalizadas em diversos centros eleitorais registando-se sobretudo alegados atos de intimidação e erros nas listas de eleitores.

Várias organizações não-governamentais como a Human Rights Watch denunciou também a exclusão de mais de meio milhão de muçulmanos de etnia rohinya a quem lhes foi retirado o direito de voto.

As eleições não se realizaram, em dezenas de localidades afetadas pelos conflitos étnicos que envolveu os kachin, shan e os palaung.