O primeiro debate quinzenal com o novo primeiro-ministro é na próxima quarta-feira e a ordem de intervenções dos partidos no confronto com António Costa já está a dar que falar. No seu espaço de comentário semanal na SIC, Luís Marques Mendes afirmou que o PCP recusou ser incluído no leque de partidos que apoiam o Governo, e que falariam apenas depois dos partidos da oposição (PSD e CDS), já que todos, à exceção do PS, seriam partidos da oposição. Mas ao Observador, o PCP reagiu dizendo tratar-se de uma “completa aldrabice”. “A questão nunca foi colocada”, diz João Oliveira.

“A questão nunca foi colocada, ninguém se lembrou de sugerir essa ordem de intervenções por isso o PCP nunca se opôs a nada”, disse ao Observador o líder parlamentar comunista, João Oliveira, referindo-se ao facto de o comentador e ex-líder do PSD ter dito que os comunistas se tinham oposto à ideia de falarem primeiro os partidos da direira e depois os partidos que apoiam o Governo, neste caso o PS mas também o PCP e o BE. “Ninguém sugeriu que houvesse essa alteração da ordem”, explica João Oliveira confirmando que o agendamento do debate quinzenal foi feito na última conferência de líderes, na semana passada, mas rejeitando que tenha havido discussão sobre o tema.

Esta noite, falando no seu espaço de comentário da SIC, Luís Marques Mendes afirmou que a ordem habitual é falarem primeiro os partidos da oposição e depois os partidos que apoiam o governo mas que, desta vez, na estreia de António Costa num debate quinzenal, “não vai ser assim”. “E porquê? Porque o PCP se opôs, dizendo que só há partidos de oposição e que o único partido do Governo é o PS”, continuou, defendendo que tal comportamento mostra “um grande incómodo” da parte dos comunistas no apoio parlamentar que dão ao executivo.

“O PCP tem o pé esquerdo no Governo, mas depois tem o resto do corpinho todo de fora”, continuou Marques Mendes. E acrescentou ainda que o PCP também foi o único partido que não levou representantes a um jantar de apoiantes ao Governo que decorreu esta semana. “Estavam representantes do PS, do BE e independentes, mas não estava o PCP. O PCP sente-se envergonhado”, disse.

O agendamento do debate quinzenal com o primeiro-ministro foi feito na última conferência de líderes, tendo o debate ficado marcado para a próxima quarta-feira. Como se lê na agenda parlamentar no site da Assembleia da República, a ordem de intervenções é do partido com maior representação para o partido com menor representação parlamentar, sendo que nos pedidos de esclarecimento a ordem se mantém, à exceção do PS que, enquanto partido que apoia o Governo, fica destacado para o fim.

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