A Federação dos Sindicatos do Setor da Pesca (FPSS) defende uma quota para a sardinha na ordem das 30 mil toneladas em 2016, quase o dobro do valor fixado para o ano passado.

A quota de sardinha ibérica, que é gerida por Portugal e Espanha, ainda não foi definida, mas o Conselho Internacional para a Exploração da Pesca (ICES, na sigla inglesa), um organismo científico independente, recomendou que não ultrapasse este ano as 1.600 toneladas, um valor que implica na prática a paragem da frota de cerco e que os pescadores contestam.

A FPSS considera, num comunicado enviado esta terça-feira às redações, que a gestão da pesca da sardinha tem sido feita com base em pressupostos que precisam de ser reavaliados e lembra que o setor foi afetado por “drásticas interdições de pesca”, levando a que em 19 meses (entre setembro de 2014 e fevereiro de 2016) se pescasse apenas quatro.

“O setor não suporta uma atividade anual reduzida de cinco meses, não havendo qualquer evidência de que o resultado seria positivo para o recurso”, salienta a FPSS, defendendo que é “possível e adequado” garantir um máximo de captura que poderá ir até às 30 miltoneladas.

A FPSS reclama ainda compensações financeiras efetivas sempre que houver interdição de pesca, notando que nos últimos 15 meses os pescadores receberam apenas uma compensação total de 1.800 euros, e a contagem do tempo de interdição de pesca para efeitos da Segurança Social.

Pede também ao Governo que apetreche o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a entidade responsável pela avaliação do ‘stock’ de sardinha, com “melhores meios e condições para realizar a sua atividade”, já que neste momento são precários.

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