O Conselho Nacional do CDS-PP reúne-se esta sexta-feira, em Lisboa, para marcar o 26.º Congresso, que será eletivo da liderança, à qual o presidente, Paulo Portas, anunciou já que não se candidatará.

O Conselho Nacional centrista, órgão máximo entre congressos, não deverá ainda definir o quadro da sucessão de Paulo Portas, já que, de acordo com fontes do partido ouvidas pela agência Lusa, o vice-presidente Nuno Melo não deverá esclarecer se protagonizará uma candidatura.

Nuno Melo deverá usar a sua intervenção perante o Conselho Nacional para agradecer publicamente a Paulo Portas, sem um esclarecimento sobre se é ou não candidato. Assunção Cristas, igualmente vice-presidente do partido, também não deverá pronunciar-se sobre uma eventual candidatura da sua parte.

Numa mensagem deixada na sua página de Facebook no último dia de 2015, Melo referiu-se às muitas “mensagens de incentivo e apoio recebidas” a “propósito do momento que se vive no CDS” e acrescentava que, independentemente daquela que viesse a ser a sua decisão, se sentia “profundamente grato e honrado”.

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Em maio do ano passado, a então ministra da Agricultura deixou nota da sua disponibilidade para liderar os centristas, numa entrevista ao jornal ‘online’ Observador: “Para mim foi claro que estaria ao serviço do partido para aquilo que fosse necessário. Se for necessária para isso [liderança], também estarei”, afirmou.

Paulo Portas anunciou no dia 28 de dezembro perante a comissão política do partido que não se recandidataria à liderança. Aos jornalistas, nessa noite, manifestou-se confiante na nova geração a quem vai passar o testemunho, prometendo isenção na escolha do seu sucessor e revelando que sairia mesmo que o Governo com o PSD tivesse continuado em funções.

“Quero que saibam que se as eleições de 4 de outubro tivessem resultado num novo mandato de Governo da coligação, antes do final eu teria, e sobre isso conversei com o presidente do PSD, com tempo e naturalmente, aberto a sucessão no meu partido”, revelou Paulo Portas, numa declaração em que citou João Paulo II e pediu aos militantes e simpatizantes que não tenham medo da próxima etapa da vida do partido.

“O partido fará com total isenção da minha parte uma escolha de futuro, que deve ter a toda liberdade para se afirmar”, declarou, manifestando “uma grande nova esperança na nova geração do CDS”, à qual “chegou o tempo de, num ciclo político novo, dar grandes responsabilidades”.