O furacão ‘Alex’ passou esta sexta-feira a tempestade tropical após ter atravessado o arquipélago dos Açores, disse à Lusa fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A Proteção Civil dos Açores registou até ao início da tarde de sexta-feira 36 ocorrências nas ilhas dos grupos central e oriental, na sequência da passagem do “Alex”. O número foi avançado pouco depois das 13:00 locais (14:00 em Lisboa) pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), José Dias, em Angra do Heroísmo, em declarações aos jornalistas.

As situações que exigiram a intervenção dos serviços de Proteção Civil não representaram danos significativos, sendo sobretudo quedas de árvores, derrocadas e pequenas inundações.

Apesar de reconhecer que houve uma “redução de danos”, em relação ao que se esperava antes de o furacão passar pelos Açores, José Dias frisou que todos os meios continuam de prevenção e com “capacidade de resposta”.

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“Todos os dispositivos mantêm-se de prevenção máxima. Não há ordem de desmobilização de qualquer meio, nem de nenhuma entidade. Vamos manter-nos de prevenção, independentemente de, provavelmente, termos um decréscimo significativo, a partir das 15:00. O nosso alerta mantém-se até às 18:00”, salientou àquela hora.

Segundo o presidente da Proteção Civil dos Açores, o facto de a população açoriana ter cumprido “quase à risca” os avisos e recomendações do serviço teve um “papel fulcral” para que não se registassem danos significativos.

Por outro lado, José Dias destacou as medidas de prevenção tomadas pelo Governo Regional, que encerrou escolas e serviços públicos, tendo recomendado também o fecho de creches e centros de apoio social.

“Com certeza que garantiram uma maior segurança às próprias populações e que foi uma clara demonstração que todos organizados, de forma articulada, conseguimos superar as situações”, concluiu.

Em São Miguel, que até agora foi a ilha com mais ocorrências registadas, o serviço municipal de Proteção Civil revelou, em comunicado, que uma árvore de grande porte caiu sobre uma habitação, acrescentando que as três pessoas que se encontravam no seu interior saíram ilesas.

Já de manhã, o presidente do governo açoriano, Vasco Cordeiro, tinha revelado a ocorrência de pequenas derrocadas e transbordo de ribeiras, nomeadamente no Pico e em São Miguel, na sequência da passagem do furacão ‘Alex’, situações de “pequena monta já solucionadas”. Este balanço foi no entanto feito antes do período previsto para o maior impacto do furacão que já apresentava indícios de algum enfraquecimento.

O furacão ‘Alex’ é o primeiro fenómeno meteorológico desta natureza a acontecer no mês de janeiro em quase 80 anos, de acordo com meteorologistas norte-americanos.

As previsões admitiam que poderia originar ondas até 18 metros e rajadas de vento que podem chegar aos 170 quilómetros/hora no grupo central que, juntamente com o grupo oriental (ilhas de São Miguel e Santa Maria), foram colocados sobre alerta vermelho desde ontem.

Hoje, os tribunais dos dois grupos estiveram encerrados, enquanto nas escolas das sete ilhas não houve aulas.