A Casa da Música, no Porto, inaugura esta sexta-feira o ano da Rússia, país escolhido pela “grande potência musical que é”, segundo o diretor artístico, arrancando o ciclo com obras de Schnittke e Stravinski pela Orquestra Sinfónica do Porto.

“Mais tarde ou mais cedo, a Rússia teria que ser escolhida como grande potência da música que é”, disse à Lusa o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, questionado sobre o porquê de só agora a escolha do país-natal de compositores como Tchaikovski, Shostakovich ou Rachmaninoff.

António Jorge Pacheco responde com um “e por que não agora?”, sublinhando que as escolhas de países-tema, feitas a partir de 2007, têm seguido vários critérios, desde Espanha pela proximidade até à Áustria pela ligação ao centenário de Gustav Mahler.

“É impossível num ano mostrar uma história exaustiva daquilo que foi – e é – o património musical russo, mas temos de fazer as nossas escolhas, segundo os nossos critérios e um deles foi, por exemplo, apresentar ao longo deste ano a integral das sinfonias de Prokofiev, uma viagem que nós propomos de mergulho e imersão total na obra de Prokofiev e outra integral importante, a dos concertos para piano e orquestra de Rachmaninoff”, referiu o responsável da Casa da Música.

No dia 29 de julho dá-se a estreia mundial de uma encomenda da Casa da Música ao neto de Sergei Prokofiev, de nome Gabriel Prokofiev, que “faz exemplarmente a ponte entre o mundo do hip-hop e da orquestra sinfónica”, acompanhado pelo seu “companheiro inseparável” DJ Switch.

“Como temos também sempre atenção àquilo que é o reportório mais recente e contemporâneo escolhemos como compositor em destaque o Alfred Schnittke, que irá ter uma retrospetiva importante. É talvez o mais relevante compositor russo da segunda metade do século XX. E depois haverá uma série de outros compositores russos imperdíveis como Stravinski”, afirmou António Jorge Pacheco, lembrando que “A sagração da Primavera” é uma das peças do programa do concerto de hoje, já esgotado.

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