O speaker da Câmara dos Representantes norte-americana, o republicano Paul Ryan, disse numa entrevista à CNN que ainda não está pronto para declarar o seu apoio a Donald Trump. O magnata nova-iorquino é o “presumível” candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais de 8 de novembro, depois de os restantes candidatos republicanos terem suspendido as suas campanhas.

Entre os republicanos, Paul Ryan é aquele que ocupa o cargo político mais alto na hierarquia da política norte-americana.

“Nesta fase, ainda não estou pronto para isso. Ainda não cheguei lá”, disse na quinta-feira. Pouco tempo depois, o magnata nova-iorquino respondeu-lhe na mesma moeda: “Eu não estou pronto para apoiar a agenda do speaker Ryan”.

Na sua declaração, Paul Ryan também deu a entender que estará disponível para apoiar Donald Trump no caso de este promover uma “unificação” do partido depois destas eleições primárias. “A maior parte da tarefa de unir o partido terá de partir do nosso presumível candidato”, disse, não especificando se acha ou não que isso é possível ou provável.

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“Eu não quero desvalorizar o que ele conquistou. Mas ele também está a herdar algo que é muito especial, muito especial para muitos de nós. Este é o partido de Lincoln e de Reagan e de Jack Jemp. E nós nem sempre nomeamos um Lincoln ou um Reagan a cada quatro anos, mas esperamos que o nosso candidato aspire a ser como Lincoln ou como Reagan.”

Paul Ryan disse ainda que um candidato do Partido Republicano deve “manter os princípios do partido e deve apelar a uma larga, vasta maioria dos americanos”, dando a entender que Trump não encaixa nesse perfil.

Esta não foi a primeira vez que Paul Ryan criticou o magnata nova-iorquino desde que ele anunciou a sua candidatura às primárias do Partido Republicano. Quando Donald Trump defendeu que os EUA impedissem a entrada de muçulmanos, pouco depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, Paul Ryan disse: “[Isto] não é aquilo que nós somos enquanto partido”. “Alguns dos nossos melhores e maiores aliados nesta luta contra o Islão radical são muçulmanos”, disse.

As declarações de Paul Ryan surgem no mesmo dia em que George H. W. Bush e George W. Bush, os republicanos que foram respetivamente o 41º e 43º Presidentes dos EUA, disseram que não iam apoiar Donald Trump nas eleições de 8 novembro.