A Fundação Calouste Gulbenkian vai celebrar os seus 60 anos de existência com uma programação de concertos, cinema, exposições, sessões de leitura, ‘workshops’ e outras iniciativas na sede, em Lisboa, a partir da próxima quinta-feira, dia 23.

Nas celebrações vão atuar a citarista e compositora britânica Anoushka Shankar, o fadista Carlos do Carmo, o cantor brasileiro Ivan Lins, o angolano Waldemar Bastos, assim como jovens reclusos de Leiria, que repõem a sua versão de “D. Giovanni”, de Mozart.

Intitulado “Jardim de Verão” o programa envolve os vários departamentos da Fundação Gulbenkian, da música às artes plásticas, às áreas da educação e da ação social.

O grupo feminino maliano Les Amazones d´Afrique e o pianista arménio Tigran Hamasyan estão também neste programa comemorativo, desenhado, segundo a Gulbenkian, numa lógica de criação contemporânea, e na perspetiva da multiculturalidade.

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O “Jardim de Verão” abre no dia 23 de junho, no anfiteatro ao ar livre, com a atuação do coletivo feminino do Mali Les Amazones d´Afrique, cujo discurso nas atuações reflete o combate à violência sobre as mulheres.

Na música, estão previstos concertos de Anoushka Shankar, da Orquestra Gulbenkian com Carlos do Carmo e o convidado Ivan Lins, e ainda dos Músicos do Tejo, de Marta Araújo e Marcos Magalhães, e do coro britânico Sacred Sounds, um grupo feminino que representa diferentes religiões, idades, línguas e culturas.

Considerado pela Gulbenkian um dos pontos altos da programação, o espetáculo “Ópera na Prisão” levará ao palco do Grande Auditório 30 jovens reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria para interpretarem “D. Giovanni”, de Mozart, juntamente com a Orquestra da fundação.

Trata-se do resultado de um dos projetos do Partis – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, uma iniciativa do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano, que procura criar pontes entre comunidades que habitualmente não se cruzam, através de práticas artísticas.

No cinema está prevista a exibição da trilogia de Miguel Gomes, “As mil e uma Noites”, com os seus três volumes, no anfiteatro ao ar livre, de 27 a 29 de junho, e ainda as sessões “Filmes da Coleção Moderna”, com uma seleção de obras de artistas como Vasco Araújo, João Onofre, Pedro Barateiro, Lida Abdul e Jan Fabre.

Será também exibido, a 30 de junho, o documentário “Amadeo de Souza Cardoso. Le Dernier secret de l´art moderne” (2016), do realizador Christophe Fonseca, estreado este ano no contexto da exposição do artista que está patente em Paris, no Grand Palais, até 18 de julho.

Nas exposições, será inaugurada “Linhas do Tempo. As Coleções Gulbenkian. Caminhos Contemporâneos”, a 23 de junho, ficando patente, até 02 de janeiro de 2017, com uma seleção de obras que aborda as relações entre a coleção do fundador e a coleção moderna.

Está prevista a apresentação de peças da coleção permanente com o trabalho de artistas contemporâneos, bem como algumas obras de Fernanda Fragateiro para locais específicos do Jardim Gulbenkian, onde decorrerão grande parte das iniciativas.