O governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, avisou esta segunda-feira que a frota de carros da polícia do estado pode parar, por falta de dinheiro para gasolina. “Conseguimos fazer ginástica financeira e só aguentaremos até ao fim desta semana”, disse o governador ao jornal O Globo. Para esta semana, está previsto um financiamento do governo federal do Brasil ao estado do Rio de Janeiro, de 2,9 mil milhões de reais (quase 800 milhões de euros). O dinheiro servirá para apoiar a segurança pública da cidade, numa altura em que falta pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos.

“Sou otimista com relação aos Jogos, mas tenho que mostrar a realidade. Podemos fazer uma grande Olimpíada, mas se algumas medidas não forem tomadas, pode ser um grande fracasso”, explicou o governador ao jornal brasileiro.

O grande problema é a segurança nos transportes: “Tenho dito que, sem segurança e sem metro, haverá dificuldades. Como é que as pessoas vão chegar aos locais de competições sem metro? Como é que as pessoas vão se sentir protegidas na cidade sem segurança?”, questionou Francisco Dornelles.

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De acordo com o governador interino, “falta pouco mais do que um quilómetro” para concluir as obras do metro, mas o estado deve mais de 400 milhões de reais (mais de 100 milhões de euros), às empresas responsáveis pelas obras. “Eles já tinham prontas mais de 7 mil cartas de aviso prévio para demissão de funcionários. Só não deram continuidade porque fizemos mais uma ginástica”, explicou o governador.

Ainda assim, o governador está confiante. O crédito “ainda está no prazo combinado, que é até o dia 30, quinta-feira”, diz Francisco Dornelles, destacando que “o governo federal não ia ‘baixar’ uma medida se não fosse libertar” o dinheiro.

Trabalhadores do estado do Rio de Janeiro, desde funcionários públicos a pensionistas, têm salários em atraso e o governador assume a responsabilidade: “O pagamento é obrigação nossa. Ter uma pessoa trabalhando o mês todo e não receber é uma forma de trabalho escravo”. No entanto, deixa o aviso: “Aumento, neca. Não tem dinheiro para isso”.