O autor do massacre de cinco polícias na quinta-feira em Dallas, no Texas, havia deixado o exército após ter sido acusado de abuso sexual e aconselhado a receber ajuda psiquiátrica, revela este sábado o The New York Times.

O soldado pediu em 2014 uma ordem de proteção e o exército iniciou um processo para conceder baixa a Micah Xavier Johnson, indicou ao jornal Bradford Glendening, advogado militar designado para o representar. “Não gostavam dele, isso ficou bem claro ao falar com o seu comandante”, disse o advogado.

Seguindo o conselho do seu mandatário, Johnson renunciou ao direito de ter uma audiência e recebeu baixa do exército em abril de 2015. Então, Johnson, de 25 anos, regressou do Afeganistão e foi para Dallas, onde começou a interessar-se por organizações e grupos afro-americanos com tendências racistas, segundo relata o mesmo jornal.

O jovem perpetrou o massacre com o objetivo deliberado de “matar pessoas brancas, especialmente agentes da polícia brancos”, por estar indignado com a morte de negros causada pela intervenção de polícias brancos, explicou na sexta-feira o chefe da polícia de Dallas, David Brown.

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Isso foi o que o agressor disse aos negociadores durante a ocorrência, antes de morrer devido à explosão de uma bomba que a polícia enviou, através de um robot, até ao estacionamento em que se encontrava entrincheirado. O recurso a esta tecnologia não é habitual fora das zonas de guerra.

Segundo os dados mais recentes da investigação, o suspeito tinha em sua casa material para fabricar bombas, coletes anti-bala, espingardas, munições e um diário pessoal sobre táticas de combate.

Fontes do Pentágono disseram à agência EFE que Johnson esteve destacado entre novembro de 2013 e julho de 2014 no Afeganistão com o exército dos Estados Unidos e que entre março de 2009 e abril de 2015 integrou a reserva como especialista em serviços de carpintaria e alvenaria. O massacre na quinta-feira, que comoveu o país, provocou também nove feridos, dois civis e sete polícias.