As autoridades sanitárias da Flórida, no sudeste dos EUA, anunciaram que estão a examinar um provável caso de Zika que terá sido contraído localmente, e não através de viagem para uma das zonas infetadas pelo vírus.

Os serviços sanitários da Flórida “estão ativamente a realizar uma investigação epidemiológica”, indica um comunicado do departamento de Saúde daquele estado, divulgado na terça-feira, depois de um possível caso ter surgido em Miami-Dade.

Até agora não há nenhuma prova de que os mosquitos “aedes aegypti”, vetores do vírus Zika, tenham chegado ao território continental dos Estados Unidos, mas as autoridades de saúde têm alertado que esta possibilidade está iminente. O território norte-americano de Porto Rico registou um aumento de casos nos últimos meses.

O comunicado refere também que ‘kits’ de prevenção do vírus, assim como produtos anti mosquitos vão estar disponíveis nos serviços de saúde e ser distribuídos na zona sob observação. “Os ‘kits’ Zika são destinados às mulheres grávidas”, declararam os serviços de saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O serviço de luta contra os mosquitos “já levou a cabo ações de redução e de prevenção na zona em causa”, precisou o departamento de saúde da Flórida.

Em meados de julho, as autoridades sanitárias norte-americanas tinham já contabilizado 1.306 casos de Zika no território continental dos Estados Unidos e no Havai. Nenhum destes casos resultou de uma picada de mosquito ocorrida nesta área. Catorze dessas pessoas foram infetadas através de relações sexuais e outra por contacto acidental com uma amostra de sangue em laboratório.

O vírus Zika pode causar uma grande variedade de sintomas, incluindo erupções cutâneas, dores nas articulações e músculos, mas na maior parte dos casos a infeção passa despercebida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) previu um crescimento acentuado do surto nas Américas, com até quatro milhões de pessoas infetadas. O vírus espalhou-se rapidamente pela América Latina, com um grande número de casos no Brasil. O vírus Zika está presente em 60 países e o Brasil é o país mais afetado pela atual epidemia, com 1,5 milhões de casos registados.

O Zika é um vírus transmitido pela picada de mosquitos e não existe um tratamento ou uma vacina para a doença. Na terça-feira, uma universidade canadiana anunciou que irá realizar o primeiro teste no mundo em humanos de uma vacina contra o vírus Zika.

A vacina que se está a desenvolver será administrada em seres humanos “nos próximos dias”, de acordo com um comunicado da Universidade de Laval, que se localiza na cidade do Quebec, na província com a mesma designação.

“Estamos muito orgulhosos de fazer parte da primeira equipa internacional do mundo a completar todas as etapas do processo de regulamentação” da vacina, disse Gary Kobinger, doutor em microbiologia e professor de medicina na universidade, que está a supervisionar o estudo.

Kobinger sublinhou que o desenvolvimento desta vacina contra o Zika foi autorizado pelas agências reguladoras do setor no Canadá (Health Canada) e nos Estados Unidos (FDA).