Não é fácil ir a um restaurante da McDonald’s na Venezuela. Ou melhor, fácil até é, uma vez que a marca está presente há quase três décadas no país e conta com 150 pontos de venda. O difícil é encontrar num McDonald’s venezuelano o que se encontra nos restantes McDonald’s um pouco por todo o mundo. Desde logo, o famoso Big Mac, que está suspenso do menu. “A suspensão é uma situação temporária. Estamos a trabalhar com o nosso fornecedor para avaliar a melhor opção que nos permita continuar a oferecer produtos de qualidade como o Big Mac”, lê-se num curto comunicado da empresa, divulgado esta quinta-feira pela AFP.

O comunicado é curto e a explicação para a suspensão também o é. O Big Mac tem a separar os dois pedaços de carne uma fatia de pão que a McDonald’s denomina por “Club”. Ora, vivendo a Venezuela (não é de hoje, mas dos últimos dois anos) uma escassez de produtos alimentares essenciais, não há farinha de trigo nos fornecedores locais para produzir o “Club”. E que tal importar farinha? Não. Afinal, a Venezuela é a Venezuela, e há no país dificuldades no acesso às divisas para proceder à importação do que quer que seja.

Não é a primeira vez que a cadeia da McDonald’s na Venezuela tem que ser “criativa” no seu menu, precisamente por falta dos produtos que tradicionalmente o compõem. As batatas fritas, por exemplo, desapareceram há quase um ano e foram substituídas por mandioca fatiada e frita. É tudo? Não. Coca-Cola, a tradicional Coca-Cola, não é mais vendida, mantendo-se apenas disponíveis as versões Light. Culpe-se a escassez de açúcar no país.

A própria embalagem onde os menus vêm não é mais de papel kraft, mas de plástico, sem qualquer referência à marca McDonald’s.

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