A Barra da Tijuca foi o local escolhido para alojar os 17 mil atletas e treinadores do Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro. Contudo, as instalações têm dado vários problemas e algumas federações rejeitaram usá-las.

Esta segunda-feira, João Garcia, chefe da missão portuguesa, disse ao Expresso que vários apartamentos não tinham água e que estavam sujos. Os primeiros membros da comitiva a chegarem foram dois velejadores, dois fisioterapeutas e um treinador, sendo que Garcia conta que ” um deles ficou com o ralo do duche entupido e a outro faltou o gás”. Contudo, João Garcia afirma que o espaço português é dos “mais favoráveis” face a outros edifícios.

Portugal não é o primeiro país a falar das condições da enorme aldeia olímpica. A primeira federação a mostrar o seu descontentamento foi a Austrália, queixando-se de vários problemas com a canalização, como canos rotos e infiltrações, bem como problemas de gás e eletricidade, nomeadamente com fios soltos. A federação australiana disse que só voltaria à aldeia olímpica quando esta estivesse em condições e alojou os seus atletas num hotel.

Mas os australianos não foram os únicos a queixarem-se.

A equipa de futebol feminino da Suécia também não está na Barra da Tijuca e as atletas estão alojadas fora do Rio de Janeiro, afirmando que os quartos não tinham condições e que estão à espera que esteja tudo pronto. A terceira queixa veio de Angola, mais concretamente, da equipa de andebol feminino. As atletas angolanas dizem que os quartos não têm televisões e que são mais pequenos que os de Londres e Pequim.

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Esta segunda-feira, cerca de 30 eletricistas, canalizadores e pedreiros chegaram à aldeia olímpica para tratarem dos últimos reparos e deixar tudo pronto até sexta-feira, quando se espera a primeira grande chegada de atletas. Segundo os próprios funcionários, os problemas mais relevantes são os vários entupimentos de ralos, aspeto que um membro do staff da Finlândia já tinha denunciado, dizendo ainda que muitos chuveiros não funcionavam.

Também a federação “vizinha”, a Argentina, classifica os quartos de “inabitáveis”, sendo que o presidente do Comité Olímpico da Argentina afirmou que “os apartamentos, apesar de estarem terminados por fora e parecerem prontos por dentro, quando foram testados, deixaram alguns problemas evidentes”.

Os italianos, por outro lado, resolveram os problemas de outra forma: o Comité Olímpico Nacional da Itália contratou vários técnicos para acabarem certas áreas no Edifício 20 da aldeia olímpica, local que será ocupado pela comitiva italiana.

A aldeia olímpica, com 31 edifícios e 3604 apartamentos, abriu portas no dia 24. Veja na fotogaleria as condições daquele que será o lar da maioria (sim, as grandes estrelas não ficam na aldeias, mas sim em hotéis de luxo) dos atletas olímpicos durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.