“A paciência tem limites e a de Isidre Fainé [presidente da Fundação La Caixa, que controla o CaixaBank] está a esgotar-se”. O jornal El Confidencial escreve esta segunda-feira que o banco espanhol está a pensar “muito seriamente” retirar a OPA ao BPI, depois das providências cautelares apresentadas pelo acionista português Violas Ferreira. As ações do BPI estão a cair 3,3% na bolsa de Lisboa, na véspera da assembleia-geral em que poderá haver decisões sobre a desblindagem dos estatutos.

O jornal não especifica as fontes que lhe transmitiram a informação — cita “fontes próximas na negociação” — mas é admitida a hipótese de o CaixaBank retirar a OPA “nos próximos dias” caso os obstáculos judiciais que estão a ser levantados não sejam retirados.

Contactada pelo Observador, fonte oficial do CaixaBank não quis fazer comentários oficiais à notícia.

Além disso, segundo as fontes do El Confidencial, a liderança do banco espanhol está “farta das boas palavras dos reguladores portugueses e do governo de António Costa”. O jornal infere que o governo não tem assim tanta vontade em enfrentar Isabel dos Santos, filha do chefe de governo de um país em relação ao qual “Portugal tem muita dependência económica”.

A possibilidade de retirada da OPA sempre esteve em cima da mesa mas tornou-se uma probabilidade mais real quando surgiu a providência cautelar do acionista português contra a desblindagem dos estatutos — fator essencial para que a OPA tenha sucesso. A desblindagem dos estatutos diz respeito à limitação a 20% dos direitos de voto mesmo a acionistas que tenham mais do que 20% em capital (caso do CaixaBank, que tem cerca de 45%).

O CaixaBank está a oferecer 1,113 euros por ação do BPI. As ações fecharam a cair 3% para 1,09 euros na bolsa de Lisboa, ou seja, estão a negociar abaixo do preço oferecido pelos catalães.

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