Centenas de manifestantes pró-democracia e polícias voltaram a confrontar-se esta terça-feira nas imediações da sede do governo, conta a Quartz. A “Revolução dos chapéus-de-chuva”, como é conhecido o movimento, vai já na terceira semana e mostra poucos sinais de caminhar para a resolução.

No vídeo em cima, um protestante explica que Hong Kong tem três estradas principais e que os manifestantes haviam perdido uma. Por isso, procuraram ocupar outra. E conseguiram: um túnel importante para o trânsito da cidade foi ocupado por centenas de protestantes. Este tipo de ação, explica-se no vídeo, é importante para “elevar a tensão novamente”. Paco Lam, de 25 anos, afirmou que amanhã é dia de trabalho, mas que ficará se “encontrar uma tenda”.

Para travar a investida dos manifestantes, a polícia, munida de bastões e escudos, voltou a recorrer ao gás pimenta. Foi precisamente por essa razão que o movimento foi nomeado “Revolução dos chapéus-de-chuva”: os protestantes recorreram a esse objeto para se esquivarem do gás pimenta. A polícia acabaria por ceder. Os protestantes ocupariam a rua e construíram barricadas. Algumas delas seriam incendiadas, o que levaria à detenção de várias pessoas.

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As movimentações e respostas de protestantes e polícias têm sido um autêntico jogo do gato e do rato, como lhe chama a Quartz. Liderados pelo movimento estudantil “Scholarism” e pelo “Occupy Center”, os protestantes exigem a demissão de CY Leung, o chefe executivo do país, e a autodeterminação, que lhes permitirá escolher o líder do país sem que Pequim tenha de aprovar, algo que esteve previsto acontecer em 2017.

Resumindo: esta terça-feira os protestantes perderam uma das principais ruas que estava bloqueada, mas responderam conquistando outra. Houve confrontos e detenções. Está visto que uma das estratégias é bloquear o trânsito e criar problemas de acesso ao centro financeiro do país. Para quê? “Para elevar a tensão novamente”, como ouvimos um protestante dizer. A tensão, essa, promete continuar a vadiar nas ruas de Hong Kong, pois os protestantes pedem mais apoio, enquanto apoiantes do governo e residentes manifestam-se contra os insurgentes. CY Leung já disse que não se demitia e até aceitou dialogar com os estudantes, mas os mesmos cancelaram depois de confrontos com a polícia. Pequim afirmou também que nada mudaria na eleição do chefe executivo de Hong Kong.