O primeiro dia de greve dos técnicos de diagnóstico e terapêutica está a registar uma adesão superior a 80% a nível nacional, segundo o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica.

“A greve superou as nossas melhores expetativas. Ainda não temos números finais, mas em termos nacionais a adesão estará bastante acima dos 80%. Há uma paralisação praticamente total na generalidade dos hospitais”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente do Sindicato, Almerindo Rego.

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram esta quarta-feira uma greve por tempo indeterminado, contra a desatualização da carreira e pelo impasse das negociações com o Ministério da Saúde.

Para hoje, a partir das 15h00, está ainda agendada uma concentração destes profissionais junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.

O presidente do sindicato dos técnicos de diagnóstico e terapêutica disse à Lusa que foi contactado hoje de manhã pelo secretário de Estado da Saúde, que terá manifestado o interesse do Ministério em concluir o processo negocial, faltando um entendimento com o Ministério das Finanças.

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Almerindo Rego considera que o Governo tem todas as condições para terminar esta quarta-feira mesmo com a greve decretada por estes profissionais, fazendo publicar de imediato o estatuto de carreira e aplicando os referenciais salariais já legislados.

O sindicato diz aceitar que as questões salariais produzam efeito só a partir de janeiro de 2018.

“Vamos estar concentrados frente ao Ministério. Se o Ministério quer resolver o assunto, estamos disponíveis para o fazer de imediato”, afirmou o dirigente sindical.

A greve destes técnicos pode afetar “praticamente todos os serviços de saúde, com especial incidência nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares”, ou diagnósticos diferenciados.

Os profissionais protestam contra a desatualização da carreira, “sendo atualmente o único grupo de licenciados do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não tem uma carreira compatível com o seu nível de qualificação”, e dizem que o Ministério da Saúde quer recomeçar do início um processo de revisão de carreira que começou em 2014.

A área de trabalho abrange 22 profissões, três delas por regulamentar, em áreas como análises clínicas, radiologia, fisioterapia, farmácia ou cardiopneumologia, num total de cerca de dez mil profissionais.

A greve foi anunciada no início do mês, quando o sindicato avisou que só a suspenderia com a conclusão do processo negocial com o Governo.