Um dos sete suspeitos de estarem a preparar um atentado terrorista em França, detido pelas autoridades francesas este fim de semana, passou por Portugal, confirmou a Polícia Judiciária em comunicado.

O suspeito é marroquino, tem 26 anos e residia em Aveiro, com autorização de residência emitida em 2014.

Segundo o comunicado, o suspeito “estava a ser investigado pela Polícia Judiciária desde o verão de 2015” e “foi objeto de um pedido de cooperação internacional e de vigilância discreta inserido no Sistema de Informação Schengen”.

A PJ afirma que as investigações prosseguem em articulação com as polícias de outros países.

Segundo relata o jornal Expresso, o marroquino fazia parte de uma “rede de recrutadores do norte de África que passaram por Lisboa e Aveiro”, durante vários meses.

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De acordo com a publicação, este grupo de recrutadores vivia “em casas de recuo da Grande Lisboa, mas também na zona centro do país, onde acabaram por se misturar com a comunidade local sem levantar suspeitas”. Por outro lado, evitavam frequentar as mesquitas de Lisboa para fugir à vigilância das autoridades portuguesas.

O Expresso noticia ainda que as sessões de recrutamento deste grupo eram “informais”, feitas em “pequenas lojas e cafés” e também através da Internet.

O suspeito, que passou por Portugal, foi detido durante uma operação antiterrorista em Estrasburgo e Marselha, em França, na noite de sábado para domingo, que tinha como objetivo “um novo atentado”, segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve. Numa conferência de imprensa, Cazaneuve disse que a investigação dura há “mais de oito meses” e que as detenções “permitiram evitar um ataque terrorista planeado há muito”.

Nesta operação, foram detidas outras seis pessoas, com idades entre os 29 e os 37 anos, de nacionalidades francesa, marroquina e afegã. Seis delas não eram conhecidas pelos serviços de informações e uma outra, um marroquino que não residia em França. Segundo o jornal “Nouvel Observateur”, dois dos suspeitos estavam em Marselha , este domingo, e tinham ligações com os outros quatro suspeitos detidos em Estrasburgo.

Cazeneuve avançou ainda que cinco dos suspeitos detidos eram considerados os “financiadores” do grupo e foram detidos pelas autoridades francesas a 14 de junho, alguns dias depois do início do Campeonato Europeu de Futebol. As detenções tinha como objetivo desarticular um possível ataque durante a competição, pois os suspeitos estariam envolvidos diretamente na compra de armas para um “eminente” ataque.