A tuberculose fez 1,5 milhões de vítimas entre os 9 milhões de pessoas que contraíram a doença em 2013, um número superior às estimativas iniciais, revelou hoje em Genebra a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Aqueles valores constam do relatório anual sobre a tuberculose, apresentado hoje em conferência de imprnesa, que acrescenta que entre os 1,5 milhões de vítimas mortais, 360.000 eram doentes infetados com VIH/Sida.

A estimativa inicial era de 8,6 milhões de casos e segundo o diretor do programa da OMS de combate à tuberculose, Mario Raviglione, o aumento deve-se “aos investimentos nos sistemas de monitoração e vigilância (…) que proporcionam mais e melhores dados” sublinhando que “a tuberculose é a segunda doença infecciosa que mata mais, situando-se perto do VIH”.

No entanto, a taxa de mortalidade de tuberculose diminuiu 45% desde 1990 e o número de novas infeções diminuiu para 1,5% por ano, com cerca de 37 milhões de vidas salvas desde 2000 devido a diagnósticos feitos em tempo útil e aos tratamentos assegurados.

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Em paralelo, o número de novos casos de tuberculose multirresistente (MDR-TB) atingiu os 480.000 em 2013 no mundo, e as regiões mais afetadas foram a Europa de Leste e a Ásia Central.

Causada por bactérias que não respondem a dois dos principais medicamentos usados no tratamento, Mario Raviglione salientou que esta forma de tuberculose “é mais complicada de tratar, por requerer mais esforços, mais tempo e provocar mais efeitos indesejáveis”.

Além disso, alguns países notificaram casos em que os pacientes contraíram XDR-TB, uma forma severa de MDR-TB, sendo que a resposta aos tratamentos é de 48% para os pacientes com MDR-TB e 22% para os pacientes com XDR-TB.

A OMS avisou que apesar dos progressos, a investigação e os desenvolvimentos de medicamentos contra a tuberculose carece de fundos.

O relatório apresentado à imprensa será debatido na próxima semana em Barcelona, no quadro da conferência mundial sobre a Saúde do pulmão.