Numa altura em que comemora o ultrapassar da impressionante marca das 5 milhões e 150 mil unidades produzidas, desde a apresentação da primeira geração, o actual Mazda 3 recebeu a habitual actualização a meio do ciclo de vida. Só que, ao contrário do que muitas vezes acontece, esta coloca (e bem) o condutor no centro dos esforços de actualização.

Desenvolvido segundo a filosofia Jinba Ittai, sinónimo da fusão entre máquina e condutor, este restyling começa com algumas alterações estéticas menores, muitas delas quase imperceptíveis. A começar no exterior e, mais concretamente, na secção frontal, sem dúvida o melhor cartão de visita deste 3 renovado. Marcado não só por um look tridimensional mais forte, como por pormenores novos, como por exemplo nas luzes de nevoeiro, as quais passam a ser em LED (de série nos níveis Style e Luxury).

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No habitáculo surgem alterações que visam, principalmente, o apurar da interacção entre condutor e automóvel, segundo aquilo que a própria marca designa de Human Centered Development Philosophy. E que começa na instalação de pegas nas portas e botões capazes de transmitirem uma maior qualidade perceptível, na melhoria de aspectos estéticos como é o caso da nova moldura no painel de instrumentos, sem esquecer a adopção de soluções como o travão de estacionamento electromecânico (de série nas versões Style e Luxury), operável por botão e a proporcionar um melhor aproveitamento do espaço sobre o túnel de transmissão.

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No entanto, ainda mais importante, o recurso a um novo volante, não só revestido a couro de melhor qualidade, mas também com braços laterais mais estreitos e ergonómicos, o que garante não só uma melhor pega, como um mais fácil acesso aos botões. Igualmente melhorado foi o head-up display, agora mais legível, com melhor definição e contraste, graças à adopção de cor.

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Em matéria de espaço mantém-se a habitabilidade, em nossa opinião, mais vocacionada para quatro ocupantes, a par de uma boa capacidade na bagageira, que começa nos 364 litros (5 portas) ou, no caso da carroçaria de três volumes (Sport Sedan), nos 419 litros.

Embora ainda sem a composição dos vários níveis de equipamento definida para o mercado nacional, destaque, no capítulo da segurança, para as melhorias efectuadas na tecnologia i-ActiveSense, nomeadamente, através de uma nova câmara dianteira com sensores capaz de garantir maior eficácia da parte de soluções como a travagem autónoma de emergência em cidade, a ajuda à travagem de emergência, o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito e a iluminação dianteira adaptativa em LED.

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O sistema Advanced SCBS, de série nos níveis de equipamento Style e Luxury, revela uma melhoria na capacidade de detecção de peões e viaturas, além da possibilidade de passar a operar até aos 80 km/h, contra os anteriores 30 km/h. Evolução que abrangeu igualmente a travagem automática, que passa a ter como limite máximo para actuar os 160 km/h.

No capítulo técnico, novas afinações na suspensão dianteira (McPherson) e traseira (multi-braço), visando proporcionar um maior conforto em estrada e a redução da vibração. Para esta sensação contribuem igualmente o reforço do isolamento nas portas, do túnel de transmissão e das longarinas traseiras.

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G-Vectoring Control. Segurança e eficácia

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Integrado no pack de soluções tecnológicas SKYACTIV – VEHICLE DYNAMICS desenvolvido pela Mazda, o G-Vectoring Control tem por função optimizar, ainda que de forma quase imperceptível, a intensidade com que o binário é descarregado em cada uma das rodas da frente, como forma de garantir uma condução precisa e com maior conforto. Ajustando a resposta do motor de acordo com a posição da direcção, o sistema procura atenuar as forças de aceleração laterais e longitudinais, ao mesmo tempo que, através da travagem, faz transferir algum peso para o eixo dianteiro, para garantir que o pneu da frente assenta mais firmemente no piso e ajuda à maior precisão na trajectória, além de uma maior segurança.

Em estrada, um dos maiores argumento do Mazda 3 chega-nos pela mão da nova tecnologia G-Vectoring Control (GVC), que contribui para uma maior precisão e eficácia no cumprir das trajectórias em curva, distribuindo de forma precisa a força no motor pelas duas rodas motrizes para optimizar o comportamento.

Nos quilómetros que tivemos oportunidade de efectuar ao volante do renovado Mazda 3, na região de Barcelona, ficámos agradados com a forma como o carro consegue ser confortável quando circulamos em ritmo de passeio, para depois se revelar eficaz quando nos decidimos por um ritmo mais vivo, apesar do modelo não reivindicar ambições desportivas.

Quanto a motores, a oferta em Portugal não sofrerá modificações, com a versão mais procurada pelos consumidores nacionais a ser o turbodiesel 1.5 SKYACTIV-D. Foi exactamente este o motor que animava o Mazda 3 que conduzimos em Espanha, acoplado à caixa manual de seis velocidades (muito agradável pelo feeling, precisão e facilidade de engrenagem), apesar de existir em opção uma solução automática com o mesmo número de relações.

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Motorizações. 1.5 SKYACTIV-D é o melhor

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Sem alterações neste capítulo, o Mazda 3 agora renovado deverá chegar a Portugal com a mesma oferta de motores que exibe actualmente. E que passa, no domínio da gasolina, por três blocos SKYACTIV-G: 1.5 litros de 100 cv, 2.0 litros de 120 cv e 2.0 litros de 165 cv. Para quem realize deslocações mais curtas ou faça poucos quilómetros por ano, a motorização de 100 cv pode ser a indicada, mesmo por comparação com os diesel.

Já a gasóleo, duas possibilidades: 1.5 SKYACTIV-D de 105 cv e 2.2 SKYACTIV-D de 150 cv. É claro que o potencial do motor de 150 cv é outro, mas o preço também, pelo que a unidade de 105 cv continuará a ser a preferida em Portugal. Estes motores surgem associados a caixas manuais de seis velocidades ou, em opção, automática SKYACTIV-DRIVE, também de seis relações, variando a sua aplicação consoante as motorizações.

Menos positivo, a pouca chama revelada pelo motor de apenas 105 cv e 207 Nm de binário, cuja capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h dificilmente desce abaixo dos 11 segundos (dados oficiais), ao mesmo tempo que a velocidade máxima não ultrapassa os 186 km/h. Mas compensa o condutor mais exigente com consumos particularmente reduzidos, com o construtor a anunciar 3,8 l/100 km, enquanto atingíamos um valor ligeiramente mais elevado, mas ainda assim entre os melhores do segmento.

Disponível entre nós a partir apenas do terceiro trimestre de 2017, o novo Mazda 3 não tem ainda preços definidos para Portugal, embora os responsáveis acreditem que seja possível evitar aumentos, isto apesar de um reforço do nível de equipamento.