Que o letreiro famoso de “Hollywood” se transformou em “Hollyweed” nas primeiras horas de 2017, numa alusão à legalização da posse, consumo e venda de marijuana na Califórnia, já todos sabemos. Mas será que conhecemos a história por detrás do homem que tornou este acontecimento viral pela primeira vez?

Não é a primeira vez que o letreiro da colina do Parque Griffith sofre um ato de vandalismo, pois já a 1 de janeiro de 1976, Danny Finegood o tinha feito. O homem, segundo conta o El Español, sempre sentiu uma fascinação para com o letreiro e, agora, passados 41 anos, a história repetiu-se: aquelas que são as nove letras mais conhecidas de Los Angeles, berço do cinema, voltaram a mudar.

https://twitter.com/historyepics/status/686766321074335744

Danny Finegood desenvolveu, ao longo dos tempos, um grande fascínio pelo letreiro mais emblemático da Califórnia. Para completar a sua tarefa de alterar o letreiro para “Hollyweed”, gastou cerca de 48 euros nos materiais necessários, feitos à medida e que foram colocados com a ajuda de três amigos. Para cobrir as letras, não foi nada mais necessário do que umas pedras e umas cordas e, claro, as faixas que foram içadas, qual velas de barcos, para taparem as letras “o” de forma a ficarem “e”.

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Mas Finegood não alterou apenas o letreiro de “Hollywood” para “Hollyweed“. Já protagonizou outras quantas polémicas de “intervenções artísticas“, como lhe chama o El Español. Em abril de 1977, ele e os amigos já tinham subido à colina californiana para alterarem o letreiro para “Holywood“. A palavra “Holy“, “sagrado”, em inglês, fez um jogo de palavras que, mais tarde, viriam a ser utilizadas na visita do Papa João Paulo II, em 1987, a Los Angeles.

O letreiro de Hollywood tem uma longa história, que remonta 1923. Uma associação sem fins lucrativos, The Hollywood Sign, tenta preservar a história do letreiro e arranjar fundos que sustentem a sua manutenção, como forma de preservar uma parte importante da história da cidade e da indústria cinematográfica. Mas nem isso foi capaz de impedir Danny Finegood de expressar a sua veia artística e revolucionária.

Além de “Hollyweed” e “Holywood“, já houve também o “Ollywood“, em julho de 1987. Desta vez, o protesto era contra o herói da marinha Oliver North que terá revelado que o governo dos Estados Unidos tinha vendido armas para o governo iraquiano aquando a guerra Irão-Iraque. E em 1991 Danny subiu de novo às suas colinas preferidas para mostrar a sua posição quanto à “guerra do petróleo” (Oilwar), de forma a denunciar que o verdadeiro interesse na Guerra do Golfo não era outro que não esse, o petróleo.

Foi a partir deste seu último “ataque” que as autoridades decidiram reforçar a segurança na colina e tentar acabar, de vez, com as “piadas” de Finegood. Mas Danny não desistiu e decidiu criar a sua própria empresa, que incluía uma página na Internet para mostrar o que para uns são ações de vandalismo e para outros atos de críticos de acontecimentos históricos importantes. A sua empresa vendia T-shirts e pósteres com algumas alterações linguísticas de frases conhecidas.

Hollywood – Uma palavra, mil brincadeiras

Finegood criou uma moda que nem a maior rede de segurança, nem o maior site de preservação do letreiro, nem as melhores câmaras de deteção de movimento conseguiram desfazer: o jogo de distorção de palavras com o letreiro Hollywood. Até em mêmes.

https://twitter.com/Patriaut_/status/815631404956602368

Existe ainda uma outra página da Web, a Hollywood Photograph Collection, que mostra as vezes em que o letreiro já foi alterado, contando a história por detrás de cada mudança.