As ações do BCP abriram a cair mais de 15% para 0,87 cêntimos, numa reação dos investidores ao anúncio de um aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros com o qual o banco quer devolver o que resta do empréstimo público e reforçar os rácios de capital. Cada ação existente vai dar um direito a uma nova ação e exercer esse direito custará 9,4 cêntimos por cada nova ação, o que representa um desconto de quase 40% em relação ao preço teórico sem direitos ao aumento de capital.

O valor que o banco tentará obter no mercado servirá para reembolsar os 750 milhões de euros de empréstimo estatal que resta e para reforçar os capitais para um rácio de mais de 11%, claramente acima das exigências do regulador europeu. Em comunicado enviado ao mercado na segunda-feira, o banco confirma que a operação foi aprovada esta segunda-feira numa reunião do conselho de administração.

O maior acionista do BCP, o grupo chinês Fosun, já deu uma ordem de compra “antecipada e irrevogável” no sentido de aumentar a sua participação para 30% do capital do BCP. A dona da Fidelidade tem atualmente 16,67% do banco, depois de uma transação efetuada em novembro do ano passado. Segundo contas avançadas pelo Negócios, a Fosun irá investir cerca de 400 milhões de euros no quadro do reforço da sua posição no BCP.

Apesar de a Sonangol ter obtido a autorização do Banco Central Europeu (BCE) para reforçar a sua participação também para 30% do capital do BCP, o banco refere em comunicado não ter “informação a respeito de qualquer decisão da Sonangol com referência à oferta, nomeadamente quanto a exercer, alienar e/ou adquirir quaisquer direitos de subscrição”. A petrolífera angolana, que atravessa um processo de reestruturação conduzido por Isabel dos Santos, tem 14,87% do capital do banco português.

A transação é para realizar “no mais breve prazo”, diz o banco, e não precisa de ser aprovada em assembleia geral, uma vez que o limite para aumentar o capital já tinha sido aprovado no dia 21 de abril do ano passado.

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