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Marcelo convida para jantar estrutura partidária que não existia

Este artigo tem mais de 5 anos

Presidente convidou coordenadores de campanha para jantar dia 24 de janeiro, quando se completa um ano das Presidenciais. Todos tinham cargos nas estruturas distritais do PSD. Afinal, havia máquina.

Marcelo em Espinho com Luís Montenegro durante a campanha, num dos raros encontros públicos com dirigentes do PSD
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Marcelo em Espinho com Luís Montenegro durante a campanha, num dos raros encontros públicos com dirigentes do PSD

Orlando Almeida

Marcelo em Espinho com Luís Montenegro durante a campanha, num dos raros encontros públicos com dirigentes do PSD

Orlando Almeida

Marcelo Rebelo de Sousa fez gala de fazer uma campanha nas Presidenciais de 2016 sem o apoio de máquinas partidárias. Agora, na comemoração de um ano das eleições, o Presidente da República convidou o seu staff, mandatários e coordenadores distritais de campanha para um encontro em Belém seguido de um jantar no próximo dia 24 de janeiro. Os diretores distritais e regionais de campanha Marcelo, agora convidados para o jantar, eram dirigentes das estruturas locais e distritais do PSD. A máquina partidária que supostamente não existia, vai jantar a convite do Presidente à Messe da Força Área, em Monsanto.

Alguns destes colaboradores, quando contactados pelo Observador, explicaram que não gostaram de ver na altura Marcelo a desvalorizar a intervenção do PSD, quando na verdade a “máquina laranja” esteve sempre mobilizada no apoio ao antigo líder do partido. O Observador teve acesso ao convite que o Presidente da República fez chegar a estes colaboradores que tinham funções importantes nas estruturas locais do PSD, embora não sejam figuras de topo.

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Convite que chegou por e-mail aos coordenadores de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa

O facto de os coordenadores/diretores de campanha serem figuras menos conhecidas, fez com que alguns passassem despercebidos da comunicação social durante a competição eleitoral, onde foram raros os artigos a explicitar a influência do partido. A maioria das peças jornalísticas falava na “campanha low-cost“, de um “homem só”, da “independência” e da ausência das máquinas partidárias.

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Em plena campanha, numa sessão pública na Lourinhã, a 13 de janeiro de 2016, o “professor” tentou afirmar a genuinidade e independência da campanha, utilizando um tom de ironia para se referir aos outros candidatos, que fingia citar.

Ah, mas que campanha tão esquisita que o homem está a fazer, sem aparecer com séquitos à frente e séquitos atrás, com uma sanduíche ao almoço, essa campanha da marmita, tão solitária, tão despojada. Isso é com certeza artificial…”, ironizava Marcelo Rebelo de Sousa.

A lista de coordenadores/diretores da campanha eleitoral de Marcelo Rebelo de Sousa pode ver-se no quadro em baixo. O Observador confirmou que alguns dos dirigentes partidários mencionados foram convidados para o jantar (não foi possível confirmar todos os nomes), onde se pode constatar a ligação que tinham nessa época ao PSD.

Embora servissem de apoio à campanha, estes dirigentes do PSD não faziam intervenções nas sessões públicas, não eram puxados para a frente das arruadas pela comitiva. Esse papel ficou para os mandatários distritais, esses sim, figuras da sociedade civil, como a designer Guta Moura Guedes ou da provedora da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses, Maria Amélia Ferreira (uma das pessoas que mais acompanhou Marcelo). A imagem da campanha sem partidos estava assim salvaguardada.

Pedro Duarte, diretor de campanha e ex-líder da JSD também foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa para o jantar, embora não seja certo que os assessores que transitaram da equipa eleitoral para Belém venham a estar presentes. Durante a campanha, o contacto com os líderes dos partidos que o apoiavam foi evitado (Paulo Portas e Passos Coelho) e não apareceram na campanha. O mais alto dirigente com quem Marcelo se encontrou foi com o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, numa pastelaria em Espinho (na foto). Por exemplo, quando o antigo dirigente do PSD, Ângelo Correia, apareceu de surpresa numa ação de campanha no Centro de Medicina e Reabilitação no Centro de Educação para o Cidadão Deficiente, em Mira Sintra (local onde trabalha a Laura Ferreira, mulher de Passos Coelho), Marcelo Rebelo de Sousa praticamente ignorou-o.

O jantar realiza-se na Messe da Força Aérea em Monsanto, foi onde Marcelo Rebelo de Sousa almoçou com Marcello Caetano depois das eleições para a Assembleia Nacional em outubro de 1969. O presidente do Conselho convidou Marcelo, então com 20 anos, e outros jovens em quem confiava como João Salgueiro, Freitas do Amaral, Miguel Galvão Telles, Jorge Tavares Rodrigues e Caetano Carvalho. Marcello Caetano queria ouvir o “esclarecido jovem Rebelo de Sousa” e os restantes sobre a criação de partidos políticos em Portugal. Todos disseram que sim. O agora Presidente da República terá defendido “a criação de associações cívicas, que a seu tempo evoluíssem para partidos políticos.” Resta saber, se durante o jantar, Marcelo contará esta história à equipa que o apoiou na estrada.

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