Londres está a tomar o poder na Premier League, com o Chelsea a liderar de forma confortável o campeonato (joga hoje frente aos rivais londrinos West Ham) à frente do Tottenham, a maior surpresa desta edição até ao momento por ter ultrapassado Manchester City, Liverpool, Arsenal ou Manchester United. E está a tomar o poder nos relvados e fora deles, tornando-se a capital europeia dos estádios novos na última década.

Tudo começou com o Arsenal, que abdicou do mítico Highbury Stadium pelo moderno Emirates Stadium, recinto com capacidade para 60.000 pessoas inaugurado em 2006 com o preço total a rondar os 450 milhões de euros. Segurança à parte, a razão para o investimento dos gunners era simples – tinham 20 mil adeptos em lista de espera para tentarem comprar lugar anual no velhinho recinto com menos de… 40 mil. A seguir a Wembley e Twickenham, era o maior recinto de todos até surgir o Estádio Olímpico, nos Jogos de 2012.

Inicialmente com 80 mil lugares, o recinto viu reduzida a sua lotação para 60 mil depois dos Jogos, adaptando-se para receber jogos de futebol. E aos mais de 500 milhões de euros que foram inicialmente investidos juntaram-se mais de 300 milhões na sua reformulação. O West Ham acabou por ganhar o concurso e saiu de Upton Park, fazendo um contrato de arrendamento de 99 anos com a Corporação de Desenvolvimento do Legado de Londres por 3,5 milhões/ano além das receitas de catering, visitas e um valor mediante os resultados desportivos.

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Pelo meio, também o Crystal Palace foi fazendo algumas intervenções no Selhurst Park, que também já serviu de palco para o Charlton e o Wimbledon. Agora, é a vez de Chelsea e Tottenham passarem ao ataque. E que ataque que vem aí.

Sadiq Khan, mayor de Londres, aprovou esta segunda-feira o projeto do novo estádio do Chelsea, que terá capacidade para 60 mil espetadores e ficará no exato local onde se encontra agora Stamford Bridge (os blues jogarão em princípio três anos em Wembley). O projeto desenhado pelos criadores da Allianz Arena e do Estádio Olímpico de Pequim está avaliado em quase 600 milhões de euros mas vem colmatar um velho problema do clube de Roman Abramovich, que necessitava de um recinto maior para aumentar as suas receitas.

Londres é uma das maiores cidades desportivas do mundo. Estou deliciado por podermos juntar em breve o novo estádio do Chelsea aos muitos outros que já temos na capital”, referiu Sadiq Khan após a aprovação por unanimidade do projeto.

No mesmo dia, o Tottenham mostrou mais imagens do novo estádio que também está a nascer junto a White Heart Lane, por um valor próximo dos 800 milhões de euros. Um estádio e muito mais: terá restaurantes, bares e outros pontos de interesse nas zonas internas e externas, criando vida própria naquele que é um dos bairros mais pobres de Londres. Além de um centro comunitário já inaugurado, haverá nas imediações do recinto um novo hospital, espaços de comércio, moradias, apartamentos, uma nova praça pública e um hotel com 180 quartos. Ou seja, um novo mundo, tal como já acontecera com toda a zona circundante ao Estádio Olímpico que foi reabilitada com os Jogos.

A título de curiosidade, os primeiros dez anos do novo estádio do Tottenham terão pelo menos um jogo de futebol americano confirmado, assim como o recinto agora alugado pelo West Ham receberá provas de outras modalidades como os os mundiais de atletismo. A fatura, essa, deverá ser superior a 2,6 mil milhões de euros. Mas com namings e futuras receitas, acabará por compensar.