Os Estados Unidos da América lançaram, durante a madrugada desta sexta-feira, um ataque à base aérea síria em al-Shayrat, nos arredores de Homs, a partir da qual foi lançado o ataque químico que, na passada terça-feira, causou a morte de cerca de 100 civis, entre os quais crianças. A missão consistiu no disparo de 59 mísseis Tomahawk, usados com regularidade pelas forças norte-americanas. Porquê?
Os mísseis Tomahawk foram usados pela primeira vez pelos Estados Unidos da América em 1991, durante a Guerra do Golfo. Desde então, as forças norte-americanas têm recorrido a estes projéteis sempre que precisam de lançar um ataque de longa distância. É que, uma das vantagens dos Tomahwak, é que não precisam de ser transportados até ao alvo — podem ser lançados a uma distância de até mil milhas, a partir de um navio, explica o jornal The Washington Post.
Míssil Tomahwak: 453 quilos de carga explosiva
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Carga explosiva: 453 quilos
Velocidade: 880 km/hora
Alcance: 2.500 km
Custo: entre 500 mil e um milhão de euros
E foi exatamente isso que aconteceu esta sexta-feira. De acordo com o Washington Post, que cita uma fonte oficial, os mísseis foram lançados dos navios USS Ross e USS Porter, às 4h (hora local), a partir no Mar Mediterrâneo. Antes do ataque à base aérea síria, os projéteis tinham sido usados pela última vez contra três radares na costa do Iémen, em outubro do ano passado, depois de os rebeldes houthis terem atacado vários navios norte-americanos.
Outras das vantagens dos mísseis Tomahwak é que têm menos carga explosiva (um total de 453 quilos) do que outros projéteis usados pelos norte-americanos. Ainda assim, têm potência suficiente para destruir uma base aérea, como explicou ao Washington Post o analista de defesa Chris Harmer. Segundo Harmer, que é também um ex-oficial da Marinha norte-americana, os aviões são um um dos alvos mais fáceis de abater, uma vez que não é necessária uma grande munição para os destruir ou incapacitar.
Além das razões práticas, a decisão de usar este tipo de mísseis poderá ter tido motivações políticas. A base norte-americana mais próxima fica na Turquia e, como lembra o jornal norte-americano, seria preciso autorização por parte do Governo turco para a utilizar num ataque contra a Síria. Os Estados Unidos têm aeródromos noutros países do Médio Oriente mas é muito provavelmente que também fosse necessário algum tipo de aval governamental.